Resumo da Semana

EUA e o Resumo da Semana (de 26/9 a 2/10/2021)

(Arquivo) Presidente chinês, Xi Jinping, em cerimônia pelo Dia Nacional, na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 30 set. 2020. Este ano, o secretário Antony Blinken enviou suas felicitações ‘ao povo da República Popular da China’ (Crédito: Xie Huanchi/Xinhua)

Resumo da Semana OPEU n 2 Set_Out 2021

Por Equipe Opeu

China e Rússia, por Carla Morena e João Bernardo Quintanilha Chagas

Na quinta-feira, dia 30, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, enviou felicitações à China pelo Dia Nacional da República Popular da China. Além dos cumprimentos, Blinken declarou que “enquanto os Estados Unidos buscam trabalhar cooperativamente para resolver os desafios que todos nós enfrentamos, desejamos ao povo da República Popular da China paz, felicidade e prosperidade no próximo ano”. Como uma tradição de todo o secretário de Estado, o discurso de felicitações de Blinken mostra uma tentativa de amenizar as relações entre Estados Unidos e China. Cabe notar que, em outubro do ano passado, o discurso de Mike Pompeo, secretário de Estado do governo Donald Trump, felicitou apenas o povo chinês, e não a República Popular da China. A competição entre os países permanece intensa e, na quarta-feira (29), ganhou um novo elemento. Neste dia, EUA e União Europeia (EU) concordaram em aprofundar a cooperação transatlântica para o fortalecimento da cadeia de semicondutores. Pretende-se, assim, enfrentar “distorções” em práticas comerciais não orientadas por princípios de mercado, em referência velada à China. Enquanto isso, a China ampliou as críticas à iniciativa da Aukus, a nova aliança militar entre EUA, Inglaterra e Austrália, acusando-a de promover rivalidade e uma ressurgente mentalidade de Guerra Fria.

Na terça (28) e na quarta-feiras (29), ocorreram conversas entre militares de alta patente da China e dos EUA. O diálogo aconteceu por meio de videoconferência e envolveu o secretário adjunto de Defesa para a China, Michael Chase, e o vice-diretor do Escritório de Cooperação Militar Internacional das Forças Armadas chinesas, Huang Xueping. Enquanto o Departamento de Defesa dos EUA manifestou o intuito de “administrar responsavelmente a competição”, o porta-voz do Ministério chinês da Defesa, Wu Qian, afirmou que os Estados Unidos têm de “dar passos” para resolver questões causadas por suas “contínuas provocações e supressão da China”. Em declaração sobre as reuniões, o porta-voz do Departamento americano da Defesa relatou que “ambos os lados tiveram uma discussão franca, profunda e aberta sobre uma série de questões que afetam a relação de defesa entre Estados Unidos e RPC. Ambos os lados reafirmaram o consenso para manter os canais de comunicação abertos”.

Em uma reunião no dia 29, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente russo, Vladimir Putin, debateram sobre venda de armamentos, comércio e a guerra civil na Síria. O líder turco enfatizou temas que afetam o cenário doméstico de crise em seu país, como o aumento drástico do preço do gás natural nas últimas semanas e a preocupação com uma nova onda de refugiados sírios nas fronteiras turcas. Uma nova ofensiva do governo de Damasco, com o apoio de Putin, pode levar a quase quatro milhões de refugiados na fronteira da Síria com a Turquia.

Expectations and choices for Erdoğan, Putin at Sochi Summit | Daily SabahPutin e Erdogan, durante reunião na residência de Bocharov Ruchei, em Sochi, Rússia, em 29 set. 2021 (Crédito: Vladimir Smirnov/ Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP)

A relação entre Erdogan e Vladimir Putin tem levado a questionamentos sobre a política do presidente americano, Joe Biden. Críticos veem com preocupação que a Turquia, um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), adquira armamentos de Moscou, como os mísseis S-400. Os movimentos de Erdogan indicam que ele busca na Rússia uma alternativa comercial e militar que aumente seu poder de barganha frente aos EUA.

Defesa e Segurança, por Maria Manuela de Sá Bittencourt

No dia 27, o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, viajou para a base McGuire-Dix-Lakehurst, em Nova Jersey. O propósito da visita foi verificar as instalações fornecidas aos refugiados afegãos. Intitulada Liberty Village (“Vila da liberdade”, em tradução literal do inglês), a infraestrutura abriga cerca de 9.000 afegãos. Em declaração, um aviador que trabalha na base, afirmou: “Eles são nossos convidados, e estamos tentando cuidar deles. Eles são os próximos cidadãos da América e queremos dar-lhes um bom começo”.

Em 27 e 28 de setembro, aconteceu o 20th Korea-U.S. Integrated Defense Dialogue (20º Diálogo Integrado de Defesa EUA-Coreia, em tradução do inglês) em Seul, capital da Coreia do Sul. O evento foi realizado pelo Departamento americano da Defesa e pelo Ministério da Defesa Nacional da República da Coreia. Durante o Diálogo, as delegações reafirmaram o objetivo compartilhado de alcançar a desnuclearização e a paz na Península Coreana e a prontidão de suas forças combinadas para defender a parte do sul. Os aliados se comprometeram a aprofundar a cooperação em outros domínios, incluindo cibersegurança e espaço, visando a garantir uma resposta conjunta eficaz contra ameaças emergentes e a manter a região do Indo-Pacífico livre, segura e próspera. Além disso, a parceria de ambos com o Japão – baseada em segurança – foi enfatizada por seu papel de manutenção da ordem internacional e de alinhamento das estratégias regionais.

Ao final, os líderes dos EUA e da Coreia avaliaram que o 20º Diálogo Integrado de Defesa bilateral reafirmou os laços estreitos dentro da Aliança, reforçou a coordenação e fortaleceu a postura de defesa combinada entre ambos. Com base nestes resultados, os dois lados se comprometeram a continuar os esforços para alcançar progressos significativos no 53rd Security Consultative Meeting (53º Encontro Consultivo de Segurança, em tradução do inglês), a ser sediado em Seul, no final de 2021.

Apesar das tensões entre EUA e Turquia, o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, e o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, conversaram por telefone na sexta-feira, 1º de outubro, e discutiram sobre as oportunidades de aumentar e fortalecer seus laços na área de defesa. Além de tratarem de perspectivas sobre questões regionais, incluindo a ameaça compartilhada do terrorismo, o chefe do Pentágono também reafirmou o grande valor que a Turquia tem para os Estados Unidos nesse campo.

Economia e Finanças, por Ingrid Marra e Marcus Tavares

O presidente Joe Biden cancelou uma viagem agendada para Chicago, onde promoveria a vacinação contra a covid-19, para continuar conversando com congressistas a respeito do projeto de investimento de US$ 3,5 trilhões. A senadora Kyrsten Sinema (D-AZ), uma centrista, visitou a Casa Branca na manhã de quarta-feira (29). Sinema e outro colega também considerado de centro no Senado, Joe Manchin III (D-WV), expressaram suas reservas ao projeto e rejeitaram o valor de US$ 3,5 trilhões a ele atribuído. Liderados por Kyrsten Sinema, democratas moderados na Câmara e no Senado têm resistido a muitos dos aumentos de impostos sobre os mais ricos e sobre corporações, propostos por Biden como medida para compensar gastos e cortes de tributos no projeto de lei.

Sen. Kyrsten Sinema and Sen. Joe Manchin wait for an elevator in the U.S. Capitol on September 30, 2021, in Washington, D.C.Fogo amigo: senadores democratas Kyrsten Sinema e Joe Manchin no Capitólio, em Washington, D.C., em 30 set. 2021 (Crédito: Kent Nishimura/Los Angeles Time via Getty Images)

Na sexta-feira (1º), foi divulgado o índice de Despesa de Consumo Pessoal (Personal Consumption Expenditures), que apontou que a inflação aumentou 4,3% no ano até agosto, superando a leitura do mês de julho, de 4,2%. O aumento registrado é o maior em 30 anos. A tendência inflacionária tem-se mantido, pois os custos de matérias-primas, como algodão e petróleo bruto, aumentaram. Além disso, as empresas continuam sendo afetadas por interrupções persistentes na cadeia de suprimentos. Funcionários do governo se concentram na desaceleração apresentada mensalmente por um índice de preços “central”, que elimina os preços voláteis de alimentos e combustíveis. Essa medida subiu 0,3% em agosto em relação a julho, aproximadamente o mesmo que no mês anterior e abaixo de um pico de 0,6% no início deste ano. Os números anuais referentes à inflação são usados pelos opositores do atual governo para questionar sua política econômica. A estratégia adotada pelos republicanos tem sido culpar os gastos do governo pelo aumento dos preços, usando este quadro para argumentar contra despesas adicionais.

Meio Ambiente, por Victor Hugo de Oliveira Souza

Plantar árvores é o suficiente para redução de emissões de carbono? Para a Microsoft, a resposta é não. A empresa sustenta a ideia de que o mero plantio de árvores não livra o planeta do drama que é a emissão de CO2 na atmosfera. Como defende o diretor da Microsoft responsável pelas questões ambientais, Lucas Joppa, as iniciativas ainda se concentram nessa medida: além de ser mais barato e fácil plantar árvores, outras formas de tecnologia de captura de carbono são muito caras e escassas para serem atraentes no momento. Em artigo publicado na revista Nature, a empresa diz investir em projetos que visam a regenerar o solo nas fazendas dos Estados Unidos, assim como a expandir florestas no Peru, na Nicarágua e também nos EUA. A Microsoft afirma que sua meta é ser carbono negativo até 2030.

Oriente Médio, por Luísa Azevedo e Maria Manuela de Sá Bittencourt

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o coordenador da Casa Branca para o Oriente Médio e o Norte da África, Brett McGurk, estiveram em viagem oficial na região, na segunda-feira (27). Entre as pautas discutidas com a delegação no Egito, na terça (28), estão seu papel estratégico na segurança regional, em especial nas eleições no Líbano e no conflito entre israelenses e palestinos. Analistas apontam dois pontos-chave na política externa do governo nesta viagem: as negociações com a Arábia Saudita para se alcançar um cessar-fogo no Iêmen e reduzir sua crise humanitária; e as negociações sobre o programa nuclear do Irã, estagnadas em Viena pelos últimos três meses.

Tear gas fired during Greek protest against vaccine rulesPresidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, reúne-se com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, no palácio presidencial Al Itihadiyah, no Cairo, em 29 set. 2021 (Crédito: Gabinete da Presidência do Egito)

Na segunda (27), em teleconferência, um oficial sênior do Departamento de Estado reafirmou os esforços de retirada e de recepção de refugiados do Afeganistão. A principal dificuldade “continua a ser a imprevisibilidade dos talibãs com relação a quem é permitida a saída”. O oficial afirmou ainda que, desde 31 de agosto passado, “ao menos” 85 cidadãos americanos e 79 residentes permanentes foram retirados com nossa ajuda”.

O Departamento de Estado americano condenou o ataque cometido de colonos israelenses contra vilas palestinas, na Cisjordânia, no dia 28. O ministro israelense das Relações Exteriores, Yair Lapid, também condenou o ataque. Grupos de direitos humanos analisam que colonos suspeitos de violência contra palestinos raramente são detidos e presos, a despeito de seus atos de intimidação diários na região, como a poluição de caixas d’água e de ataques a crianças a caminho da escola.

No mesmo dia, na Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, o senador pelo estado do Arizona, Jeff Flake (R-AR), criticou a ação do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de compra do sistema de defesa de mísseis russo, S-400. Os Estados Unidos e a OTAN condenaram a aquisição, e Flake prometeu combater o “autoritarismo” e cobrar da Turquia que “sustente seus compromissos com os direitos humanos domésticos e internacionais”. O senador também falou que “qualquer compra futura de armas da Rússia ameaça sofrer maiores sanções sob o Countering America’s Adversaries Through Sanctions Act (Lei de Contenção de Adversários da América por Sanções, ou CAATSA, na sigla em inglês), em adição às já impostas”.

No dia 28, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, deu declarações sobre as decisões dos Estados Unidos em relação ao Afeganistão e as ações feitas depois da tomada de Cabul. Sobre o treinamento das forças afegãs, o chefe do Pentágono disse: “O fato de que o Exército afegão [que] nós e nossos parceiros treinamos tenha simplesmente desparecido – em muitos casos sem disparar um tiro – isso nos pegou de surpresa […] Seria desonesto afirmar o contrário”. Além disso, declarou que o Acordo de Doha (negociação feita entre EUA e Talibã) teve um efeito “desmoralizante” sobre os soldados afegãos. No planejamento inicial, a retirada de civis estava prevista para englobar cerca de 70.000 a 80.000 pessoas, mas, no fim, foram mais de 124.000, em 17 dias. Era impossível estender a permanência das tropas americanas para além de 31 de agosto. “Estender além do final de agosto teria prejudicado muito nosso povo e nossa missão”, alegou. “O Talibã deixou claro que sua cooperação terminaria em 1º de setembro e, como sabem, enfrentamos graves e crescentes ameaças do EI-K. Ficar mais tempo do que ficamos teria-se tornado ainda mais perigoso para o nosso povo e não teria mudado significativamente o número de pessoas que poderíamos retirar”, completou.

Política Doméstica, por Augusto Scapini

Em 24 de setembro, a auditoria dos votos das eleições de 2020 no estado de Arizona foi concluída, reafirmando a vitória de Joe Biden, após o ex-presidente Donald Trump alegar casos de fraude. Mesmo com a publicação dos resultados, Trump, assim como diversos outros membros do Partido Republicano, continuam a alegar a ocorrência de fraude eleitoral, atacando a credibilidade da empresa que realizou a recontagem. Os estados do Texas, do Wisconsin e da Pensilvânia também continuam a enfrentar escrutínio em relação aos resultados das eleições.

No dia 28, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos (JCS, na sigla em inglês), general Mark Milley, testemunhou diante de uma audiência do Senado sobre ligações feitas ao governo chinês no final do mandato de Trump, em 2020, nas quais se teria assegurado a oficiais chineses que não havia planos de um ataque americano. Essas ligações haviam sido reveladas por Milley em entrevistas a diversos autores que expuseram segredos do governo Trump. Ao ser questionado sobre as ligações na audiência, o general respondeu que elas foram a mando de oficiais da Casa Branca que tentavam apaziguar as relações com a China após os resultados das eleições de 2020. Milley, assim como outros membros do JCS, também foi questionado sobre a retirada das tropas do Afeganistão, incluindo o recente ataque realizado por um drone americano que matou civis no país.

4 takeaways from the Mark Milley hearing - FlipboardGeneral Mark Milley defende contatos com homólogos chineses, em audiência no Congresso em 28 set. 2021, em Washington, D.C. (Fonte: The Washington Post)

Saúde, por Natália Constantino

Mais de 70% dos países africanos seguem com as taxas de vacinação abaixo do esperado até essa data. De acordo com pronunciamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgadas na quinta-feira (30), apenas 15 dos 54 países do continente africano haviam vacinado completamente 10% de sua população. Ainda segundo a OMS, quanto mais tempo se leva para vacinar totalmente a população, mais aumentam as chances do desenvolvimento de uma nova variante, que pode pôr à prova a eficácia das vacinas existentes. Metade dos países africanos vacinou completamente apenas 2% de sua população. O coordenador da OMS responsável pelo Programa de Imunização e de Desenvolvimento de Vacinas da África, dr. Richard Mihigo, disse que ainda há “um longo caminho a percorrer” para alcançar essa meta.

A farmacêutica Merck Sharp & Dohme informou, na sexta-feira (1º), que a pílula experimental anticovid-19 que ela está desenvolvendo com a Ridgeback Biotherapeutics reduz em até 50% o risco de internação, ou de morte, pelo coronavírus, segundo estudo clínico publicado. O desenvolvimento de um remédio oral antiviral que previna, ou trate a covid-19 pode ser uma virada de chave no combate à pandemia, uma vez que nem todos serão vacinados e que, em alguns países, a vacinação total da população ainda pode levar muito tempo.

Na quarta-feira (29), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças estadunidense (CDC, na sigla em inglês) emitiu uma recomendação urgente para que grávidas e puérperas sejam vacinadas o quanto antes contra o coronavírus. As mulheres que estão tentando engravidar e as que amamentam também deverão se vacinar. Segundo o CDC, porém, apenas 31% das grávidas foram completamente vacinadas. Muitas estão hospitalizadas, e mais de 160 faleceram pela covid-19. O CDC afirmou, ainda, que em agosto — tido como o pior mês da pandemia até agora —, 22 grávidas morreram por contraírem o coronavírus. Nesse sentido, a agência recomendou “fortemente a vacinação contra a covid-19 antes, ou durante, a gravidez, porque os benefícios da vacinação superam os riscos conhecidos, ou potenciais”.

O maior prestador de serviços de saúde sem fins lucrativos do estado da Louisiana, o Ochsner Health System, está aumentando a pressão para que seus funcionários tomem a vacina anticovid-19. Em sua última decisão, o Ochsner Health disse aos funcionários que lhes cobrará um adicional de US$ 200 ao mês, caso seu cônjuge, ou parceiro, coberto por um plano de saúde da Ochsner não seja vacinado, relatou o jornal The Times-Picayune. Além disso, a Ochsner afirmou que todos os seus funcionários deverão estar vacinados até 29 de outubro, para que não sejam demitidos. Seu presidente e CEO, Warner Thomas, disse que a cobrança de taxa para cônjuges e parceiros não vacinados é parte de um esforço para manter baixos os custos de saúde dos funcionários.

Sociedade, por Diana Obermuller

Foram divulgados os dados preliminares da primeira pesquisa nacional sobre pessoas LGBTQ+, realizada pelo Departamento do Censo (Census Bureau) dos Estados Unidos. A pesquisa foi realizada entre julho e setembro de 2021, e os resultados indicam as disparidades enfrentadas por este grupo social durante a pandemia. De acordo com os dados, as pessoas LGBTQ+ relataram ser mais provável perder o emprego, não ter o suficiente para comer, estar em situação de risco de despejo e enfrentar dificuldades para pagar despesas básicas do que pessoas não LGBTQ+.

No contexto de ameaças ao direito ao aborto, as representantes (deputadas) democratas Cori Bush (D-MO), Pramila Jayapal (D-WA) e Barbara Lee (D-CA) compartilharam suas experiências no Comitê Legislativo de Supervisão e Reforma (House Committee on Oversight and Reform) no dia 30. A audiência foi marcada pela divisão entre republicanos e democratas. A única republicana a dar seu testemunho, contrário ao aborto, foi Kat Cammack (R-FL), no qual afirmou que ela “não estaria aqui”, se sua mãe tivesse abortado por recomendações médicas.

Congressional members share own abortion stories at hearing – The Durango HeraldRepresentante Alexandria Ocasio-Cortez (D-NY) abraça a colega Cori Bush (D-MO), ao centro. Em relato no Congresso, em 30 set. 2021, Cori contou sua experiência de ter feito um aborto após sofrer um estupro. À direita, de azul, a representante Pramila Jayapal (D-WA), que também deu seu depoimento (Crédito: Jacquelyn Martin/AP)

Tecnologia, por Natália Constantino

Na segunda-feira (27), o Facebook anunciou que iria interromper o desenvolvimento do Instagram para crianças menores de 13 anos. O projeto da rede social sofreu duras críticas de pais, especialistas e de congressistas americanos. Em nota, a empresa afirmou que a pausa dará a ela mais tempo para debater a iniciativa com pais, legisladores e órgãos reguladores. Na quinta (30), em uma audiência no Senado, o diretor global de segurança do Facebook, Antigone Davis, enfrentou duros questionamentos sobre os efeitos do Instagram nos adolescentes. O diretor foi acusado de reter informações internas sobre como os serviços da rede social prejudicam os jovens e de não mudar significativamente esses serviços para reduzir essas falhas. A audiência aconteceu depois que The Wall Street Journal divulgou que o Facebook estava ciente dos efeitos negativos que o Instagram tem sobre os usuários jovens, tais como ansiedade, depressão e pensamentos suicidas, mas minimizou os dados.

A Blue Origin, empresa espacial de Jeff Bezos, fundador da Amazon, está sendo acusada de ser um ambiente de trabalho “tóxico”, cercado de sexismo, intolerância e negligência com a segurança. As reclamações foram divulgadas em um artigo escrito por 21 funcionários e ex-funcionários da empresa. Publicado na quarta-feira no site Lioness, o artigo sugere graves problemas de segurança até mesmo sobre o New Shepard, o veículo que levou Bezos e outros três passageiros à beira do espaço em julho. Em resposta, a vice-presidente de Comunicação da Blue Origin, Linda Mills, afirmou que “a Blue Origin não tolera discriminação, ou assédio, de qualquer tipo”. Ainda segundo ela, “oferecemos vários caminhos para os funcionários, incluindo uma linha direta anônima 24 horas por dia, 7 dias por semana, e investigaremos imediatamente quaisquer novas alegações de má conduta”.

More Than 20 Blue Origin Employees Say It's a Horrible Place to WorkFuncionários denunciam tóxico ambiente de trabalho na Blue Origin, de Jeff Bezos (Crédito: Getty Images/Futurism)

Na quarta-feira (29), o YouTube anunciou que irá banir contas que espalharem notícias falsas sobre as vacinas. A medida atinge influencers antivacina que espalham desinformação, como Joseph Mercola e Robert F. Kennedy Jr. Em um post em seu blog, a empresa disse ter visto que falsas afirmações sobre os impactos da covid-19 “espalharam desinformação sobre as vacinas em geral”. O YouTube já adotava uma política contra a desinformação sobre a vacina anticovid-19, pela qual baniu mais de 130 mil vídeos da plataforma desde o ano passado. A nova iniciativa é, no entanto, mais ampla e visa a conteúdos que alegam, falsamente, que os imunizantes aprovados são perigosos, ou ineficazes, incluindo a falsa crença de que causam autismo, ou câncer.

 

Primeira revisão: Rafael Seabra. Edição e revisão final: Tatiana Teixeira.

Assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti. Contato: tcarlotti@gmail.com.

 

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