EUA e o Resumo da Semana (de 23 a 29 ago. 2021)
Feridos recebem visita de familiares, no Hospital Wazir Akbar Khan, em Cabul, em 26 ago. 2021, após atentado a bomba contra aeroporto internacional da capital do Afeganistão (Crédito: Marcus Yam/Los Angeles Times/Shutterstock)
Por Equipe Opeu*
América Latina
A empresa farmacêutica Pfizer anunciou que fará um acordo com a empresa brasileira Eurofarma para a produção de 100 milhões de doses ao ano da vacina anticovid-19 a serem distribuídas na América Latina. Localizado em São Paulo, o laboratório brasileiro receberá os insumos para a produção da vacina dos Estados Unidos e será responsável por distribuí-la pelo continente. Atualmente, há crescimento de casos de coronavírus na América Central e Caribe. A América do Sul registra alto número de infecções, mas os casos de hospitalização vêm diminuindo.
Os EUA impuseram sanções financeiras a três paraguaios e a cinco entidades associadas por estarem envolvidos em um esquema de corrupção no país sul-americano. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que tais medidas visam a proteger o sistema financeiro estadunidense e a combater esquemas de corrupção na área da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai.
A Suprema Corte dos EUA ordenou a restauração da política migratória iniciada pelo então presidente Donald Trump, que obriga os migrantes que solicitam asilo na fronteira entre os EUA e o México a esperarem no México enquanto suas audiências são julgadas nos tribunais. A política conhecida como “Fique no México” (em inglês, Remain in Mexico) afetará fortemente as famílias que buscam os EUA como uma alternativa para sua sobrevivência. Entre 2019 e 2020, essa medida forçou 70 mil solicitantes de asilo a esperarem no México, enquanto aguardavam o julgamento de suas solicitações. O Departamento americano de Segurança Interna, responsável pela implementação, declarou que cumprirá a ordem, mas que irá continuar a lutar na Justiça.
Casal de guatemaltecos, na entrada da passagem de San Ysidro, no lado mexicano da fronteira EUA-México, em Tijuana, no estado de Baja California, em 20 ago. 2021. Ambos relatam que foram sequestrados pela polícia mexicana e, depois, entregues a um grupo de criminosos (Crédito: Guillermo Arias/AFP via Getty Images)
Defesa e Segurança
Na terça-feira (24/8), o secretário da Defesa, Lloyd Austin III, emitiu um memorando, em que estipula a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para os militares. Nele, os responsáveis pelas diferentes forças são orientados a iniciarem imediatamente a vacinação completa de todos os membros em serviço ativo, ou na reserva. A medida prevê exceções para membros com condições pré-existentes para os quais a vacina não é recomendada, bem como para aqueles que apresentarem motivos religiosos.
Economia e Finanças
A Câmara dos EUA aprovou, na terça-feira (24), a resolução orçamentária de US$ 3,5 trilhões e avançou no projeto bipartidário de infraestrutura de US$ 1 trilhão. A aprovação contou com 220 votos a favor e 212 contra. A estrutura orçamentária de US$ 3,5 trilhões visa a ampliar a rede de proteção social. A votação permite aos democratas redigirem um grande pacote de gastos sem os republicanos e coloca o plano de infraestrutura aprovado pelo Senado no caminho para a aprovação final na Câmara. A medida inclui, ainda, um compromisso não vinculativo de votar o projeto de infraestrutura até 27 de setembro, o que atende a pressão de nove deputados democratas centristas que desejavam que a Câmara considerasse primeiro o plano bipartidário e, somente depois, aceitasse a resolução orçamentária democrata.
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi (D-CA), chega para uma reunião da bancada democrata, em meio às negociações sobre orçamento e o projeto de lei sobre infraestrutura no Capitólio, em Washington, D.C., em 24 ago. 2021 (Crédito: Jonathan Ernst/Reuters)
A cidade de Nova York aprovou, no dia 26, uma legislação que limita os valores de comissão de restaurantes e trabalhadores que oferecem serviços por aplicativos. A nova legislação estabelece um teto no valor que companhias podem exigir para que restaurantes utilizem suas plataformas (até 15% para serviços de entrega, e 5%, para propagandas e outros serviços), além de exigir que as empresas obtenham licenças operacionais a cada dois anos. Restaurantes dizem que “comissões de até 30% drenam os recursos”, especialmente durante a pandemia, em que muitos dependem de serviços de delivery.
A economia dos Estados Unidos cresceu em um ritmo um pouco mais alto do que o previsto no segundo trimestre, de acordo com o Departamento de Análise Econômica (ou Bureau of Economic Analysis, ligado ao Departamento do Comércio). Entre abril e junho, o PIB anualizado com ajuste sazonal cresceu a 6,6%, um pouco acima do valor esperado de 6,5%, mas ainda abaixo dos 8,5% na projeção de economistas. Enquanto bancos e instituições financeiras alcançaram um lucro em torno de US$ 53,7 trilhões, companhias não-financeiras obtiveram US$ 169,8 bilhões.
Energia
Fenômenos climáticos de proporções catastróficas, como furacões, incêndios florestais, geadas, ou secas, causam cada vez mais transtornos aos sistemas de fornecimento de energia convencionais. Por isso, temendo as interrupções cada vez mais frequentes, o número de consumidores que buscam soluções na energia limpa, em especial a solar, vem crescendo de forma consistente. Segundo informações do site SolarReviews.com, na medida em que regiões como a Califórnia sofrem com incêndios, verificou-se um incremento anual da ordem de 358% nos pedidos de orçamento para instalação de equipamentos relacionados a esse tipo de energia entre o período de 30 de junho e 6 de agosto.
As chamas do incêndio Dixie avançam na Highway 89, ao norte de Greenville, no condado de Plumas County, estado da Califórnia, em 3 ago. 2021 (Crédito: Noah Berger/AP)
Na região do estado do Texas não foi diferente. Conforme dados do mesmo site, a procura por pedidos de orçamento saltou 850% entre 13 e 17 de fevereiro. Nesse caso, o impulso foi ocasionado pelas baixíssimas temperaturas na região, fenômeno que provocou, inclusive, a morte de mais de 150 pessoas, além de cortes de energia para milhões de habitantes.
Meio Ambiente
O furacão Ida causou a interrupção da produção de 1,6 milhão de barris de petróleo e gás nos EUA, atingindo campos que respondem pelo fornecimento de 17% desses combustíveis. Estima-se que tal paralisação é maior do que a ocorrida em 2005, causada pelo furacão Katrina. Informações do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dão conta de que Ida atingiu Cuba na sexta-feira (26) com ventos de 130 km/h. Por ter potencial para se tornar um “grande furacão extremamente perigoso”, constitui ameaça iminente à costa do Golfo dos Estados Unidos, região que detém mais de 45% da capacidade de refino de petróleo.
Empresas como Royal Dutch Shell Plc, Chevron Corp. e Equinor informaram que suspenderam suas produções em virtude do fenômeno, reduzindo em 259% a produção de petróleo no Golfo, e em 49%, a produção de gás, segundo informações do regulador offshore dos EUA. Rapidamente, o mercado respondeu às variações na produção, registrando, no mesmo dia, aumento de 2% nos preços do petróleo – seu maior ganho semanal em mais de 1 ano.
Oriente Médio
No dia 23, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, afirmou que o governo americano está em diálogo diário com os talibãs e se mantém “consultando aliados e parceiros sobre o progresso da retirada”. No dia seguinte (24), em entrevista para a correspondente da Sky News, Sally Lockwood, o porta-voz do Talibã, Suhail Shaheen, afirmou que, caso os Estados Unidos prorroguem o prazo final de retirada de suas tropas, isto significaria também a prorrogação de uma “ocupação desnecessária”, gerando “desconfiança” entre o governo americano e os talibãs.
Na quinta-feira (26/8), a capital do Afeganistão, Cabul, foi alvo de explosões perto do aeroporto Hamid Karzai. Devido aos ataques, tanto o secretário de Imprensa, John Kirby, quanto o secretário de Defesa, Lloyd Austin, lançaram notas no site do Departamento americano da Defesa. Em declaração, Kirby confirma que membros do serviço americano foram mortos, e outros, feridos. Austin lamentou as mortes e reforçou o apoio aos familiares.
Mais tarde, o comandante do Comando Central dos Estados Unidos, Kenneth McKenzie Jr., reuniu-se com jornalistas para dar mais detalhes sobre o ocorrido. Segundo ele, uma dúzia de militares americanos foram mortos, e 15 feridos, além de muitos civis afegãos. Com base em informações até aquele momento, os ataques se deram por dois homens-bomba: um, em uma das entradas do Portão Abbey (“Gate”), e outro, no Hotel Baron. Esses atentados foram seguidos de ataques por armas de fogo pelo Estado Islâmico.
Na entrevista, McKenzie reforçou a continuidade da missão de retirada de cidadãos americanos, de terceiros países e de portadores de visto especial de imigração: “Deixe-me ser claro: embora estejamos tristes com a perda de vidas, tanto os EUA quanto os afegãos [cidadãos], continuam a executar a missão”. No momento, o objetivo é esse, frisou, com cerca de 5.000 pessoas ainda aguardando para deixar o Afeganistão. Foi ressaltado que a operação permanece sob risco de “ameaças táticas”, como ataques de foguetes e outros ataques de bombas cometidos por suicidas. McKenzie disse ainda que os Estados Unidos trabalham com o Talibã para coordenar esforços de segurança na região do aeroporto, de modo a mitigar algumas das ameaças.
Entenda a crise no Afeganistão, neste episódio de 23 ago. 2021 do programa Diálogos INEU com a pesquisadora Neusa Maria Bojikian (INCT-INEU), o professor Reginaldo Nasser (PUC-SP) e o doutorando Gustavo Oliveira (PPGRI San Tiago Dantas -Unesp,/Unicamp/PUC-SP)
Após este acontecimento, neste mesmo dia, alguns republicanos da Câmara e do Senado pediram que o presidente Joe Biden renunciasse, ou fosse removido do cargo, demonstrando o aumento das tensões diante dos desdobramentos do processo de retirada do Afeganistão. Outro ponto de crítica se refere ao compartilhamento, por parte do governo Biden, de nomes e dados de “cidadãos americanos, titulares de green cards [visto de residência permanente nos EUA] e aliados afegãos” com o Talibã. Segundo o governo, a medida tem por objetivo agilizar a retirada deste pessoal do país. Para os críticos, entretanto, essa troca de informações põe em risco a segurança dos aliados afegãos. Em condição de anonimato, um oficial da Defesa afirmou que essa medida fornecia ao Talibã uma “lista de afegãos a serem mortos”.
No dia 27, o presidente Biden teve seu primeiro encontro com o novo primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett. Eles discutiram sobre a “ameaça representada pelo Irã” e maneiras de impedir que este país desenvolva uma arma nuclear. Ambos demonstraram preocupação com o rápido desenvolvimento de um programa nuclear iraniano, país que teria um “comportamento regional perigoso”. No dia anterior, Bennet disse ao secretário de Estado Blinken que “Israel não tem aliado mais forte e confiável do que os EUA”.
Nas palavras de um funcionário sênior da administração, os EUA não estão retirando a prioridade do Oriente Médio em sua política externa, mas tampouco buscam alcançar objetivos impossíveis: “Não estamos tentando transformar o Oriente Médio. Não estamos tentando derrubar regimes. […] Estamos seguindo um curso muito firme, centrado em objetivos alcançáveis, alinhamento de fins e meios e, em primeiro lugar, apoio aos nossos parceiros e, claro, Israel sendo inigualável”.
No dia 28, Biden se pronunciou sobre o ataque lançado pelas forças áreas americanas na noite anterior contra o Estado Islâmico-Khorasan, grupo que reivindicou o atentado suicida de quinta-feira contra o aeroporto de Cabul. Biden afirmou que irá “caçar qualquer pessoa envolvida naquele ataque hediondo e fazê-la pagar”. Braço afegão do EI fundado em 2015 por dissidentes do Talibã paquistanês, seu nome remete à província de Khorasan, um nome histórico da região que inclui partes de onde ficam atualmente Paquistão, Irã, Afeganistão e Ásia Central.
O que é, como surgiu e o que pretende o Estado Islâmico-K? Assista ao vídeo do professor Thiago de Aragão
Política Doméstica
Em 24 de agosto, a Câmara de Representantes aprovou o H.R.4, conhecido como John Lewis Voting Rights Advancement Act, projeto de lei que busca expandir os direitos eleitorais da população americana. Se a lei for aprovada, irá restaurar a capacidade do Departamento de Justiça de bloquear a alteração de regras de votação por jurisdições com histórico de discriminação de votos. Nesse sentido, facilita a contestação de leis que promovem a discriminação racial no processo eleitoral. Espera-se, contudo, que a lei tenha dificuldade em ser aprovada pelo Senado, por conta da maior influência republicana.
Em 26 de agosto, a Suprema Corte revogou a moratória que proíbe o despejo de inquilinos com aluguel atrasado durante a pandemia da covid-19. A Corte deliberou que o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) não poderia estender o período da moratória e que a continuidade dessa política, imposta em nível federal, dependeria de aprovação específica do Congresso. A Casa Branca lamentou a decisão, destacando o grande número de pessoas que perderiam seus lares e seriam infectadas com a nova variante Delta do coronavírus. Também pediu aos tribunais e governos locais que ajam de forma urgente para evitar os despejos em massa.
Em 20 de agosto, o ex-presidente Donald Trump foi vaiado por seus apoiadores em uma manifestação no estado do Alabama, após incentivá-los a tomarem a vacina contra o coronavírus. Trump se posicionou, porém, contra a obrigatoriedade do uso de máscaras e da vacinação, ressaltando aos seus apoiadores que eles “têm suas liberdades”. Afirmou ainda que tomou a vacina e que seria o primeiro a avisar a população, caso as vacinas não funcionassem. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, comentou o pronunciamento de Trump, dizendo que é bem-vinda a fala de qualquer líder que incentive a vacinação.
Trump é vaiado por eleitores em comício, após defender vacinação anticovid-19
A comissão da Câmara de Representantes responsável pela investigação do ataque ao Capitólio de 6 de janeiro (United States House Select Committee on the January 6 Attack) continua seus trabalhos. Em 27 de agosto, o Comitê requisitou dados de 15 plataformas de redes sociais em relação à invasão, entre elas 4chan, Facebook, Telegram e Reddit. O objetivo é analisar como os fatos ocorridos foram transmitidos pelas redes e quais políticas elas tomaram para combater, ou espalhar, a desinformação. O Comitê havia também requisitado, no dia 25, arquivos de diversas instituições e órgãos públicos pertinentes à investigação do ataque e dos esforços de subverter o resultado das eleições de 2020.
Política Externa
Ao longo da semana, a vice-presidente Kamala Harris esteve no Sudeste Asiático como parte de uma missão diplomática que buscava reiterar a posição norte-americana como aliado da região. Durante sua viagem, que passou por Singapura e – com certo atraso, devido à chamada “síndrome de Havana” – pelo Vietnã, Harris acusou a China de “coerção” no Mar do Sul da China. O gigante asiático retrucou, acusando o país de se envolver em assuntos regionais e perturbar a paz. A vice-presidente buscou aprofundar as relações entre os Estados Unidos e os respectivos países em áreas como segurança, meio ambiente, economia e saúde. Apesar de querer mostrar que os EUA tratam a região como prioridade, a forma como se deu a retirada das forças militares norte-americanas do Afeganistão foi alvo de muitos questionamentos, em particular, pela comparação com o fim da Guerra do Vietnã, em 1975. Há, portanto, desconfianças sobre a credibilidade dos Estados Unidos como parceiro na região, ainda que Biden priorize a Ásia, enquanto busca encerrar os conflitos da era 11/9.
Relações Transatlânticas
Em briefing à imprensa no dia 23, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, foi questionado sobre o posicionamento dos EUA frente à decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de liberar quase US$ 1 bilhão para Belarus, enquanto os EUA buscam “isolar” o regime de Aleksandr Lukashenko. Price reafirmou a contrariedade dos Estados Unidos frente às políticas de repressão a setores da sociedade civil no país europeu e lançou um “apelo” pela realização de “eleições livres e justas sob observação internacional”. O porta-voz disse, no entanto, não ter uma resposta sobre a decisão do FMI em si.
No dia 24, Biden se reuniu com os países do G7, com representantes da UE e com aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para tratar do Afeganistão. O presidente dos Estados Unidos confirmou sua expectativa de terminar a retirada das tropas até a próxima terça-feira (31/8). Declarou ainda que os líderes firmaram um “forte acordo” sobre a “missão de retirada em andamento” e sobre a necessidade de que esses países trabalharem de maneira coordenada. Alguns representantes europeus têm demonstrado, no entanto, “insatisfação” com o fato de o presidente manter a data final de retirada das tropas.
Biden se reúne virtualmente com líderes de G7, falando da Casa Branca, em 24 ago. 2021, para discutir uma política coordenada para o Afeganistão, envolvendo assistência humanitária e retirada de cidadãos destes países, além de afegãos em situação de risco (Crédito: Casa Branca)
Entre os britânicos, o deputado conservador Andrew Bridgen considera que Biden mergulhou o mundo em uma crise que passa pelo retorno, em breve, da Al Qaeda ao Afeganistão. A deputada trabalhista Harriet Harman criticou, por sua vez, que Biden tenha dado continuidade ao cronograma de retirada das tropas definido por Donald Trump, uma política que “[…] não repercute bem na aliança ocidental, na OTAN, no Reino Unido e nos Estados Unidos”.
Saúde
A companhia aérea Delta Air Lines iniciou uma nova frente no esforço das empresas em conseguir que todos os funcionários sejam vacinados contra o coronavírus. Na última quarta-feira, a Delta afirmou que os trabalhadores que não forem vacinados até 1º de novembro terão de pagar mais US$ 200 por mês para permanecerem no plano de saúde da companhia aérea. Mais empresas estão considerando impor taxas similares aos não vacinados, seguindo o exemplo da Delta.
A Food and Drug Administration (FDA), agência que regula o setor de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, concedeu na segunda-feira a aprovação total da vacina anticovid-19 da Pfizer/BioNTech para pessoas de 16 anos, ou mais. Esta é a primeira vacina contra o coronavírus aprovada pela FDA para esta faixa etária, o que pode abrir portas para novas autorizações. A vacina da Pfizer/BioNTech foi autorizada para uso emergencial nos Estados Unidos desde meados de dezembro para pessoas com 16 anos, ou mais. Em maio, este mesmo tipo de autorização foi estendido para pessoas com 12 anos, ou mais.
As infecções por coronavírus continuam crescendo entre menores de idade nos Estados Unidos, e os adolescentes, de 16 e 17 anos, representam a maior taxa de casos semanais, de acordo com os últimos dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDCs). Esse grupo de adolescentes parece ter a maior taxa de infecções, não apenas entre os menores, mas entre todas as faixas etárias.
A comunidade de Inteligência dos EUA chegou a uma avaliação inconclusiva sobre a origem do vírus da covid-19, após uma investigação de 90 dias determinada pelo presidente Joe Biden. Os resultados foram divulgados na sexta-feira em um resumo não confidencial (“unclassified summary”). A comunidade de Inteligência considera plausíveis duas das principais teorias: a de que o vírus derivou de um vazamento de laboratório, ou a de que teve origem em um animal que a transmitiu para os humanos.
O número de pacientes com coronavírus nos hospitais americanos ultrapassou 100.000, o nível mais alto em oito meses, conforme o Departamento de Saúde e de Serviços Humanos. A alta é impulsionada pela variante Delta, altamente contagiosa, que pressiona o sistema de saúde do país. Ao todo, 101.433 pacientes de covid-19 foram hospitalizados, de acordo com dados publicados na manhã do dia 27.
Fonte: Fortune (ou BBC, para gráficos em português).
Sociedade
No dia 20, foi divulgado um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), afirmando que pessoas negras, latinas e indígenas morreram em taxas mais altas durante a pandemia da covid-19 do que pessoas brancas. A expectativa de vida dos afro-americanos caiu 2,9 anos durante a pandemia. Além disso, dados do CDC de 2019 mostram que o índice de mortalidade durante a gravidez em mulheres negras, ou indígenas, era duas a três vezes maior do que em mulheres brancas, o que pode ser exacerbado por conta da pandemia. Números como esses demonstram as desigualdades enfrentadas por pessoas não brancas nos Estados Unidos.
No dia 24, Kathleen C. Hochul (D-NY) tomou posse como governadora de Nova York, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Em seu discurso, Hochul afirmou que sua meta imediata é “levar as crianças de volta à escola”, com segurança, durante o retorno às aulas presenciais em setembro. Além disso, mencionou que será feita uma revisão das políticas do governo estadual sobre assédio sexual e ética, começando com a “exigência de que todo treinamento seja feito ao vivo, em vez de permitir que as pessoas terminem a aula apenas com um clique”. Hochul assume, devido à renúncia de Andrew Cuomo (D-NY), após denúncias de assédio sexual.
A democrata Kathleen C. Hochul toma posse como governadora de Nova York, primeira mulher no cargo
O caso Cuomo teve outros desdobramentos na última semana. No dia 26, a presidente da Time’s Up, Tina Tchen, renunciou ao cargo após matéria do jornal The Washington Post detalhar seu trabalho com a equipe de Cuomo para responder às primeiras denúncias. De acordo com a reportagem, Tchen foi contra o apoio público da organização a Lindsey Boylan, primeira a acusar Cuomo. Outras lideranças da Time’s Up também estavam envolvidas. Entre elas, Roberta A. Kaplan, criadora do Fundo de Defesa Legal da organização, que deixou o cargo em 9 de agosto pela repercussão de seu envolvimento nos esforços para desacreditar as vítimas.
Tecnologia
O Airbnb se comprometeu a fornecer alojamento gratuito para 20.000 refugiados afegãos. Na terça-feira (24), o CEO Brian Chesky disse que o programa começaria imediatamente e que a empresa pagaria as estadias. “O deslocamento e o alojamento de refugiados afegãos nos EUA e em outros lugares é uma das maiores crises humanitárias de nosso tempo. Sentimos a responsabilidade de nos mobilizarmos”, disse Chesky no Twitter.
O chefe executivo da T-Mobile, a segunda maior operadora de rede sem fio dos Estados Unidos, pediu desculpas a milhões de clientes que tiveram seus dados roubados em uma ciberinvasão aos sistemas da empresa. O ataque cibernético resultou na exposição de informações pessoais, incluindo nomes, números de carteira de motorista e números do Seguro Social de até 40 milhões de clientes atuais e antigos da T-Mobile. Nenhuma informação de cartão de crédito foi perdida, disse a empresa. “Não correspondemos às expectativas que temos para proteger nossos clientes”, reconheceu o CEO Mike Sievert em uma publicação no blog institucional na sexta-feira (27).
O Facebook abordou acadêmicos e especialistas em política para formar uma comissão para assessorá-lo em assuntos relacionados a eleições. Esse movimento permitiria à rede social levar algumas de suas decisões para um órgão consultivo, deslocando críticas sobre o viés político da empresa nessas decisões. Envolvidos na discussão disseram, em condição de anonimato, que a comissão proposta poderia decidir sobre assuntos como: a viabilidade de anúncios políticos e o que fazer em relação à desinformação eleitoral. Espera-se que o Facebook anuncie a comissão neste segundo semestre, em preparação para as eleições de meio de mandato (midterms) de 2022.
* Equipe OPEU/Resumo da Semana: Tatiana Teixeira, Rafael Seabra, Diana Obermuller (bolsista de Iniciação Científica do INCT-INEU/PIBIC-CNPq), Maria Manuela Bittencourt (bolsista de Iniciação Científica do INCT-INEU/PIBIC-CNPq), Augusto Fernandes Scapini, Carla Morena, Eduardo Mangueira, Ingrid Marra, João Bernardo Chagas, Luísa Azevedo, Natália Constantino, Marcus Vinicius Tavares, Nathan Oliveira, Ronaldo Miranda, Victor Hugo Souza e Vitória Martins.
Assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti. Contato: tcarlotti@gmail.com.
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