Resumo da Semana

EUA e o Resumo da Semana (de 16 a 22 ago. 2021)

Socorristas buscam sobreviventes em uma casa, após terremoto de magnitude 7,2, em Les Cayes, no Haiti, em 15 ago. 2021 (Crédito: Ralph Tedy Erol/Reuters)

Por Equipe Opeu*

América Latina

Em 14 de agosto, o Haiti foi atingido por um terremoto de magnitude 7.2, que deixou em torno de 2.000 mortos e 10.000 feridos. O último terremoto em grande escala que aconteceu na ilha foi em 2010, e o país, um dos mais pobres do mundo, ainda se recupera daquela tragédia. A secretária adjunta de Estado dos EUA, Wendy Sherman, conversou por telefone com o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, para manifestar solidariedade. Reiterou ainda o apoio estadunidense com o envio de equipamentos e de militares para ajudar na busca de pessoas desaparecidas, por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês). O Congresso estadunidense também está auxiliando, junto ao escritório do Consulado Geral do Haiti em Miami, no mapeamento das necessidades do povo haitiano. O general reformado Ken Keen, que liderou a resposta dos militares estadunidenses ao terremoto de 2010, alertou para a necessidade de o governo Joe Biden aumentar a velocidade de reação à emergência. A pedido da USAID, outras agências, como o Comando do Sul (SOUTHCOM) e a Guarda Costeira se somaram aos esforços.

Em declaração à imprensa, na quinta (19/8), o secretário de Estado, Antony Blinken, comunicou que os EUA lançaram sanções adicionais a militares e líderes de segurança de Cuba em resposta à supressão contínua da liberdade de expressão nos dias e semanas que se seguiram aos protestos de 11 de julho no país.

Cuba condemns new US sanctions, hopes for better with Biden - ABC News

Mais sanções: na foto, as bandeiras dos EUA e de Cuba, em Havana, em 11 jan. 2021 (Crédito: Ramon Espinosa/AP)

Economia e Finanças

Na sexta-feira (20), um referendo importante para usuários de plataformas como Uber e Lyft foi declarado inconstitucional na Califórnia. Inicialmente, a medida a ser votada retiraria direitos trabalhistas para os motoristas que prestam serviços nas plataformas digitais, que os tratariam como contratados independentes, e não como empregados. Conhecida como Proposition 22, a medida foi declarada inconstitucional pelo juiz da Corte Superior do condado da Alameda, Frank Roesch.

Conforme noticiado no dia 19 pelo The Wall Street Journal e pela rede CNN, a Amazon tem planos de abrir grandes lojas físicas. Sinônimo do modelo de negócios digital, que esmagou grandes lojas de departamento durante a pandemia da covid-19, a empresa agora planeja entrar na competição nesse terreno. A empresa detém cerca de 40% do controle de todo e-commerce nos Estados Unidos. Se, por um lado, a inexperiência da Amazon com lojas físicas pode elevar os riscos da operação; por outro, números do último censo do Departamento do Comércio revelam que 84% de todas as vendas deste setor ainda são feitas fisicamente, o que aumenta a expectativa da expansão dos negócios da companhia.

O presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), Jerome Powell, disse na terça-feira (17) que a economia dos EUA mudou permanentemente com a pandemia e ressaltou que é importante que a instituição se adapte a essas mudanças. Em suas palavras, “não estamos simplesmente voltando à economia que tínhamos antes da pandemia”. Powell afirmou que muitas empresas fizeram grandes investimentos em tecnologia, na tentativa de se adaptar aos desafios impostos pela crise sanitária, sendo “quase certo” que haverá muito mais trabalho remoto no futuro. Isso pode significar que, em breve, o grande investimento das empresas em novas tecnologias leve a mais empregos associados à manutenção dessa tecnologia. Também poderá acarretar potenciais perdas de empregos em outros setores da economia onde, tradicionalmente, ocorrem mais interações com o público. A recuperação mais lenta em setores como os de viagens, lazer e hotelaria seria um indicador dessa tendência.

Energia

Apesar do crescimento de 4.000% na última década, a energia solar responde por apenas 3% da energia gerada nos EUA. Por conta disso, o governo Biden planeja aumentar essa fatia para 40%, até 2035, se forem aprovadas políticas de apoio. Além das ferramentas legislativas, é necessário reduzir os custos na implementação dessa fonte renovável de energia. Nesse sentido, a meta do Departamento de Energia é reduzir o custo nivelado de energia para um sistema solar residencial do patamar de 50 centavos, praticado em 2010, para 5 centavos o quilowatt-hora, até 2030.

Depois do recorde alcançado em 2020 nos números de instalações de equipamentos solares, espera-se nova marca para 2021, uma vez que as políticas de apoio e a queda dos custos devem impulsionar a demanda ainda mais. Como o combate às questões climáticas é prioridade para da gestão atual, o presidente deverá se concentrar no investimento em energia solar para a população de baixa renda.

Meio ambiente

Dan Draper, CEO do maior provedor de índices do mundo, o S&P Dow Jones Indices, enxerga nos investimentos de tipo Environmental, Social and Governance (ESG) ampla possibilidade de crescimento. Tamanha é a confiança no potencial do tema, que o S&P Dow Jones Indices já oferece atualmente 39 índices relacionados ao assunto, sobretudo, no que se refere a questões relacionadas ao clima. A despeito da queda generalizada nos mercados, o ano de 2021 já desponta como promissor. Valores investidos chegaram ao montante de US$ 21 bilhões apenas no primeiro trimestre, podendo alcançar a marca de US$ 1 trilhão até 2030. Esse incremento, avalia Draper, reflete não apenas a demanda europeia por essa agenda, como também seus reflexos nos EUA.

Oriente Médio

Após a tomada de Cabul em 15 de agosto pelo grupo fundamentalista Talibã, a situação do Afeganistão permanece no centro das atenções no que diz respeito ao Oriente Médio, bem como por suas consequências para as políticas externa e doméstica dos Estados Unidos. Com a saída do presidente Ashraf Ghani, o Afeganistão passou ao controle do grupo fundamentalista, que invadiu o palácio da presidência.

Milhares de afegãos presos em "terra de ninguém" perto do aeroporto de Cabul

Afegãos esperam para embarcar em avião americano, no aeroporto militar de Cabul, e deixar o país, em 19 ago. 2021 (Crédito: Shakib Rahmani/AFP)

No dia 16, com a embaixada americana fechada, os esforços foram direcionados para o aeroporto de Cabul. Cerca de 2.500 soldados foram estacionados no local. As forças dos Estados Unidos assumiram o controle aéreo, principalmente, para ajudar no transporte de cidadãos americanos e afegãos em busca de asilo. Ao ser questionado sobre o colapso das forças do governo afegão após 20 anos de treinamento por parte dos EUA, o secretário de Imprensa do Departamento da Defesa, John Kirby, afirmou: “Você pode fornecer recursos. Você pode treinar. Você pode apoiar. Você pode aconselhar. E você pode ajudar”, disse ele. “Mas você não pode comprar ‘vontade’. Você não pode comprar liderança. E a liderança estava faltando”.

Na terça-feira (17), ainda durante operação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, o major-general do Exército William D. “Hank” Taylor e porta-voz do Pentágono informaram que há cerca de 4.000 militares americanos em terra, em Cabul, e que a operação de retirada continua aumentando. O esforço americano teria capacidade para transportar de 5.000 a 9.000 pessoas por dia. Forças turcas também colaboram na proteção do aeroporto auxiliadas por militares afegãos. Fora desse local, o Talibã domina tudo. Segundo o major-general, “não tivemos interações hostis, nenhum ataque e nenhuma ameaça do Talibã”.

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin III, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general do Exército Mark Milley, deram uma entrevista coletiva na quarta-feira (18). Nela, reafirmaram os esforços para retirada de cidadãos americanos e requerentes de refúgio do Afeganistão. Ainda nesta entrevista, Mark Milley dirigiu sua fala aos veteranos que serviram no Afeganistão. Mesmo em tempos difíceis, afirmou, “todos os soldados, marinheiros, pilotos, fuzileiros navais, agentes da Guarda Costeira que lutaram ou conduziram operações no Afeganistão — quase 800.000 — (podem) manter a cabeça erguida”. A despeito do retorno dos talibãs ao poder, o general Milley destacou que a longa guerra manteve os EUA em segurança por mais de duas décadas.

No dia 19, o porta-voz do Pentágono declarou que o fluxo de imigrantes continua e que está em contato direto e frequente com os talibãs para facilitar sua chegada ao aeroporto de Cabul. Observou ainda que o Departamento de Estado lidera as ações de processamento dos vistos especiais de imigrantes para afegãos. Kirby acrescentou que os EUA estão trabalhando com outras nações para retirar seu pessoal e que estão em discussões com parceiros regionais e europeus para facilitar o movimento e a realocação de pessoas para fora do Afeganistão.

Ainda na quinta-feira, o secretário da Defesa recebeu o vice-primeiro-ministro do Catar e ministro de Estado para Assuntos de Defesa, Dr. Khalid bin Mohamed Al Attiyah. Ambos trataram dos esforços para retirar americanos e afegãos que trabalham com as forças da coalizão de Cabul. O Catar apoia os esforços de Washington no Afeganistão, tendo sua capital nacional, Doha, servido como sede das negociações entre os talibãs e os EUA.

Em declaração conjunta divulgada na sexta (20/8), os ministros das Relações Exteriores dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) expressaram preocupação com a violação de direitos humanos e cometimento de abusos no Afeganistão e se comprometeram com a contínua retirada segura de cidadãos nacionais e de países parceiros, bem como de afegãos que participaram dos esforços nos 20 anos de ocupação militar. Também suspenderam o apoio da OTAN às atuais “autoridades” afegãs. De acordo com os ministros, qualquer futuro governo do país deve aderir às obrigações internacionais de defesa dos direitos humanos a todos os cidadãos afegãos, de respeito à lei, de acesso à ajuda humanitária, além de assegurar que o país não volte a servir de base para grupos terroristas.

Austin, Milley Say DOD Laser-Focused on Kabul Evacuation Mission > U.S. Department of Defense > Defense Department News

Foco na retirada: na foto, o secretário da Defesa, Lloyd Austin III, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, em entrevista coletiva no Pentágono, em 18 ago. 2021 (Crédito: Lisa Ferdinando/DOD)

Em discurso na Casa Branca no dia 20, o presidente Joe Biden reforçou o progresso das tropas estadunidenses na retirada de, aproximadamente, 13.000 cidadãos americanos e residentes permanentes e suas famílias do Afeganistão, desde a tomada de poder pelos talibãs no domingo (14). Biden ressaltou seu contato direto com o primeiro ministro britânico, Boris Johnson; a chanceler alemã, Angela Merkel; e o presidente francês, Emmanuel Macron, para uma reunião do G7, na próxima semana. Em pauta: a resposta internacional coordenada à situação do Afeganistão. Biden procurou refutar questões sobre a perda de credibilidade internacional dos EUA, em especial pela forma como se deu a retirada das tropas. Segundo ele, os EUA “não têm mais interesses no Afeganistão”, tendo em vista o fim da rede Al-Qaeda naquele país e os altos custos da permanência militar.

Política Doméstica

Em 17 de agosto, a Suprema Corte do Texas deliberou que membros da Câmara de Representantes podem ser detidos por fugirem de sessões deliberativas com o objetivo de bloquear a aprovação de um projeto de lei. A decisão ocorreu após 52 legisladores do Partido Democrata serem alvo de mandados de prisão por fugirem do Capitólio estadual, em maio passado. O objetivo destes congressistas era evitar a aprovação de uma lei que proíbe certos métodos de voto popular, como a votação por drive-thru e por correio. Os membros haviam sido protegidos por tribunais inferiores, mas, com a nova deliberação, alguns dos democratas decidiram voltar ao estado no dia 19. Com isso, sessões deliberativas já foram marcadas pelos republicanos para a próxima semana, tornando iminente a aprovação das novas restrições ao voto e garantindo mais um fracasso ao partido de Biden na luta pelos direitos eleitorais.

Na mesma data, 33 legisladores republicanos, membros da Câmara de Representantes, assinaram uma carta direcionada ao presidente Biden pela revogação da moratória que impede o despejo de locatários com aluguel atrasado, devido à pandemia da covid-19. A carta alega que a moratória não busca impedir a transmissão do coronavírus, mas sim oferecer pagamentos indevidos. Os representantes também mencionam as recentes decisões da Suprema Corte, contrárias à moratória, para reforçar o argumento da ilegalidade de sua extensão por parte do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Em 20 de agosto, a Suprema Corte bloqueou temporariamente uma ordem jurídica federal que restabeleceria uma das políticas criadas no governo Trump acerca do processo de requerimento de asilo. Apelidada de “Permaneçam no México”, essa política ordenava os migrantes a aguardarem fora do território americano, durante o período de espera de aprovação (ou não) do processo. Foi suspensa pelo presidente Biden após sua posse. Seu governo apelou da decisão, mas a Corte de Apelações do 5º Circuito dos EUA deliberou que a política voltaria a ser executada enquanto o processo jurídico acontece. O bloqueio terminará no dia 24, na terça-feira, dando à Suprema Corte tempo para discutir sobre a legalidade da ordem.

Política Externa

Na quarta-feira (18/8), a embaixada dos Estados Unidos em Ruanda anunciou o envio de quase 500.000 vacinas anticovid-19 para o país africano. As vacinas da Pfizer são parte do objetivo do governo Biden de fornecer mais meio bilhão de doses vacinas para todo mundo até 2022. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Ruanda apresenta mais de 81.000 casos confirmados e 980 mortes. Apenas em torno de 7% de sua população de 12,63 milhões de habitantes foi imunizada contra o coronavírus.

Na última quinta-feira (19/8), o secretário de Estado, Antony Blinken, reuniu-se em videoconferência com os ministros das Relações Exteriores e do Desenvolvimento dos demais países do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido) e com o alto representante da diplomacia europeia, Josep Borrell, para discutir a situação do Afeganistão. Os líderes concordaram que a relação da comunidade internacional com os talibãs dependerá “de suas ações, e não de palavras”. Os representantes demonstraram preocupação com o quadro atual, principalmente em relação aos direitos humanos, de mulheres, crianças e minorias, e com o risco de o Talibã não permitir a saída de estrangeiros e nacionais do país. Nesse sentido, os ministros do G7 reforçaram a necessidade de cooperação entre eles para continuar as retiradas de pessoas de Cabul e defenderam a necessidade de uma “resposta internacional” para a crise. Já o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em conversa com seu homólogo britânico, Dominic Raab, afirmou que o mundo deveria “guiar e apoiar o Afeganistão, conforme este se move para um novo governo, em vez de colocar mais pressão sobre ele”.

Na sexta-feira (20/8), a diretora da USAID, Samantha Power, alertou que a região de Tigré, na Etiópia, ficaria sem ajuda emergencial de alimentos ainda esta semana, uma situação provocada por bloqueios terrestres e de acesso aéreo por parte do governo. Segundo Power, cerca de 900.000 pessoas se encontram em situação de fome, e mais de cinco milhões, em necessidade urgente de assistência humanitária. A guerra entre as tropas etíopes e a Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF) estourou em novembro passado, provocando a morte de milhares e uma grave crise humanitária em uma das regiões mais pobres do mundo. O governo da Etiópia nega as acusações de bloqueio proposital à região, mas afirma que “a segurança é uma prioridade que não pode ser comprometida”. A correspondente da BBC África Catherine Byaruhanga analisa que o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, tem feito movimentos de aproximação com a Turquia como forma de conter a influência dos EUA no país.

Samantha Power on Twitter: "Brand new—and terrifying—@USAID findings on #Tigray: we now believe up to 900,000 people are facing famine conditions, with millions more at risk. PM Abiy said this week "there

(Arquivo) Crianças refugiadas etíopes que fugiram de Tigré esperam por comida (Crédito: Yasuyoshi Chiba/AFP)

Relações Transatlânticas

No dia 16, o secretário Bliken declarou que os EUA continuam “preocupados” com as emendas ao Código de Procedimento Administrativo polonês assinado pelo presidente do país, Andrzej Duda, em 14/8. No último dia 11, o secretário de Estado já havia manifestado contrariedade ao, até então, projeto de lei que tentava restringir a restituição das propriedades apreendidas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo as pertencentes a judeus poloneses vítimas do Holocausto. Sobre o assunto, Blinken disse esperar trabalhar com o governo da Polônia para promover “nossas prioridades compartilhadas com base nos valores democráticos”.

No dia seguinte, a Alemanha publicou em seu site oficial uma análise sobre os EUA, no que diz respeito aos “avisos de viagem e segurança”. No aviso, há indicações do governo sobre a situação da pandemia nos EUA, país que estaria sendo “fortemente afetado” pelo coronavírus, bem como sobre a renovação da atual proibição de entrada para pessoas que estiveram na Alemanha. O governo alemão também alertou seus cidadãos sobre riscos de segurança ligados a novos ataques terroristas em terreno americano, tendo em vista a deterioração da situação no Afeganistão.

Associado à questão da construção do gasoduto Nord Stream 2, a Casa Branca emitiu no dia 20 uma ordem executiva de bloqueio de propriedade em relação a determinados dutos de exportação de energia russa. Em carta à presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (D-CA), e ao presidente pro tempore do Senado, Patrick Leahy (D-VT), Biden reafirma o que foi dito na ação presidencial, delegando à secretária do Tesouro, Janet Yellen, em consulta com o secretário de Estado, autoridade para promulgar “regras e regulamentos e a empregar todos os poderes conferidos ao presidente pela Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, sigla em inglês) e pela Lei de Segurança Energética de Proteção da Europa (PEESA, sigla em inglês)”, conforme a necessidade para realizar a ordem de bloqueio. Em briefing à imprensa, Price disse que o Departamento de Estado havia apresentado neste dia um relatório ao Congresso, no âmbito da PEESA, para ser aplicado à situação do gasoduto. A partir disso, “duas entidades russas receberão sanções, e dois navios russos serão listados como propriedade bloqueada”. O porta-voz reafirmou que o “governo continua a se opor ao Nord Stream 2 como um mau negócio para a Ucrânia, um mau negócio para a Europa e um projeto geopolítico russo prejudicial”.

No dia 21, Blinken conversou com o ministro lituano das Relações Exteriores, Gabrielius Landsbergis. O secretário de Estado “destacou a solidariedade inflexível dos EUA” com a Lituânia, país aliado da OTAN e participante da EU, “em face do comportamento coercitivo” da China, à medida que o governo lituano estreita laços com Taiwan. Além disso, o ministro e Blinken discutiram a “violenta repressão à sociedade civil” por parte do presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko. Ambos disseram apoiar o movimento bielorrusso pró-democracia. Trataram ainda do acirramento do fluxo de migrantes ilegais que entram no país através de suas fronteiras com a Belarus. Em um tuíte, Landsbergis classificou o movimento de “ataque híbrido” bielorrusso contra seu país.

Rússia

Na sexta (20/8), o Departamento de Estado americano impôs uma segunda rodada de sanções à Rússia, em conformidade com a Lei de Controle de Armas Químicas e Biológicas e Eliminação de Guerra (Lei CBW), de 1991, no caso de envenenamento do opositor Alexei Navalny, em 2020. Essas sanções incluem restrição à importação permanente de certas armas russas e à exportação de bens e tecnologias nucleares e balísticas, além da continuidade das sanções pelo envenenamento de Sergey Skripal e de sua filha, em 2018. O uso da substância neurotóxica Novichok configura violação do Direito Internacional e, por isso, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) e chefes do Instituto de Criminalística do FSB estão sendo enquadrados na Lei CBW.

Saúde

O governo Biden atua em novas frentes na luta contra a variante Delta, que avança no país, recomendando fortemente doses de reforço para a maioria dos adultos americanos vacinados e usando o poder federal para pressionar os lares para idosos a vacinarem seus funcionários. Na quarta-feira (18), em comentários da Sala Leste da Casa Branca, o presidente Biden também orientou seu secretário da Educação, Miguel Cardona, a “usar toda sua autoridade, e ação legal, se apropriado”, para dissuadir os estados de proibirem o uso universal de máscaras nas salas de aula.

Ainda no dia 18, o governo dos EUA disse que planeja disponibilizar as doses de reforço das vacinas anticovid-19 a partir de 20 de setembro, como reação ao aumento do número de contágios pela variante Delta. Inicialmente, as doses de reforço se concentrarão nos profissionais de saúde, residentes de lares para idosos e pessoas da terceira idade, entre os primeiros grupos a serem vacinados no final de 2020 e início de 2021, disseram as principais autoridades de saúde do país em uma declaração conjunta.

O esforço do Pentágono para impor a vacinação contra o coronavírus o total de 1,3 milhão de membros do serviço militar da ativa continuará a enfrentar a resistência de um segmento da força, dizem observadores, até que os líderes militares concebam uma estratégia eficaz para combater as dúvidas sobre a gravidade da pandemia e a desinformação generalizada. Embora o secretário Lloyd Austin III tenha anunciado no início deste mês que pretendia exigir a vacinação até meados de setembro, dados do Pentágono mostram que milhares de pessoas – em torno de um terço da força – permanecem não vacinadas.

Sociedade

No dia 16, um grupo de organizações em defesa de sobreviventes de abuso sexual entregou uma petição ao secretário da Educação, Miguel Cardona, para acelerar os planos de acabar com as regulações da Title IX aprovadas pelo então presidente Donald Trump. O Departamento de Educação afirmou que há planos para revogar as regulações estabelecidas na era Trump, conforme prometido por Biden em sua campanha eleitoral, mas não há previsão de que isso ocorra antes de maio de 2022. As mudanças feitas por Trump na política que regula como escolas e universidades lidam com casos de abuso colocaram barreiras para que as sobreviventes denunciassem e recebessem a assistência necessária.

Is Preventing Violence Against Women Sexist?

‘Estupro é o crime violento mais comum nos campi das faculdades americanas hoje’, diz placa em protesto na Universidade de Oregon, em 14 out. 2013 (Crédito: Wolfram Burner)

Um relatório divulgado na última terça (17) pela rede de organizações Alliance for Girls demonstrou que cerca de uma a cada duas meninas – de cinco a 24 anos – assumiram mais responsabilidades nas tarefas domésticas durante a pandemia. Além disso, duas em cada três meninas relataram estresse e ansiedade extremos. De acordo com o relatório, os dados demonstram o efeito do fechamento das escolas, onde as meninas tinham acesso a programas de apoio alimentar e sanitário, assim como a conselheiros e profissionais de saúde. O desemprego e problemas de saúde dos adultos responsáveis também tiveram impacto, especialmente no caso das não brancas, trans e de baixa renda. Uma a cada três meninas relatou falta de estabilidade financeira, o que está relacionado com o aumento do desemprego entre mulheres não brancas. Este grupo representa a maioria das 5,4 milhões de mulheres que perderam o emprego durante a pandemia.

No dia 18, o governo Biden divulgou uma proposta para modificar o sistema de solicitação de asilo que promete diminuir o período de espera. Sob o sistema proposto, os casos dos solicitantes passarão primeiro por um funcionário do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos, em vez de um juiz de imigração, como é feito atualmente. Se o pedido for negado, o demandante poderá recorrer ao juiz de imigração. O objetivo da mudança é reduzir a carga de casos nas cortes de imigração e acelerar o processo. Se implementada, a medida poderá ser a maior mudança feita por Biden na política migratória até agora, mas ainda faltam meses de procedimentos para sua possível aprovação. Enquanto isso, o governo continua a aplicar a política Title 42, que expulsa migrantes sem que possam solicitar asilo.

Tecnologia

Na terça-feira (17), o Facebook reiterou sua proibição de contas que contenham manifestações de elogio, apoio, ou que representem o Talibã em suas plataformas, incluindo WhatsApp e Instagram. Enquanto isso, outras grandes plataformas de mídia social foram menos claras sobre suas estratégias para lidar com o conteúdo de apoio ao Talibã. Um porta-voz do Twitter afirmou que as pessoas no Afeganistão estão usando a plataforma para buscar ajuda, e a empresa prometeu “permanecer vigilante” na aplicação de suas políticas, incluindo aquelas que proíbem conteúdos que glorificam a violência.

Na última sexta-feira (20), foi aprovada pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional Popular Chinês a Lei de Proteção de Informações Pessoais, que entrará em vigor em 1º de novembro. De acordo com a agência pública de notícias Xinhua, a lei proíbe “coletar, usar, processar, transmitir, divulgar e comercializar ilegalmente informações pessoais”. A notícia da lei vem à tona, porque algumas empresas de tecnologia chinesas foram acusadas de manipulação indevida de dados de usuários nos últimos meses. As notícias abalaram as ações de empresas de tecnologia da China na sexta-feira.

Também no dia 20, cinco sites dos talibãs, fundamentais para a transmissão de suas mensagens oficiais para aqueles dentro e fora do Afeganistão, ficaram abruptamente offline, como uma tentativa de limitar seu alcance online. Os sites distribuíam a propaganda do grupo em dois idiomas afegãos e outros três utilizados amplamente pela comunidade internacional.

 

Primeira revisão: Rafael Seabra. Edição e revisão final: Tatiana Teixeira.

Assessora de Imprensa do OPEU e do INCT-INEU, editora das Newsletters OPEU e Diálogos INEU e editora de conteúdo audiovisual: Tatiana Carlotti. Contato: tcarlotti@gmail.com.

 

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