Política Doméstica

Melania Trump e o primeiro-damismo nos EUA

O casal Trump no primeiro debate presidencial, 29 set. 2020, em Cleveland, Ohio (Crédito: Julio Cortez/AP Photo)

Este artigo é uma parceria do OPEU com o LAPPCOM-UFRJ

Por Jéssica Melo e Camila Galetti*

“Dizem que sou cúmplice. [Que] Eu sou igual a ele [Trump], eu o apoio. Eu não falo o suficiente, não faço o suficiente onde estou” (Melania Trump, 2018)

Nos últimos dias, o noticiário da grande mídia tem acompanhado detidamente a evolução da covid-19 no casal Melania, de 50 anos, e Donald Trump, de 74, em plena corrida presidencial norte-americana. As eleições serão em 3 de novembro deste ano e em uma situação excepcional de pandemia. Nesse contexto, áudios gravados em 2018 foram vazados por uma antiga assessora da Casa Branca, em que a primeira-dama faz um desabafo sobre como tem sido interpretada pelos tabloides. A polêmica colocou Melania no olho no furacão, o que nos faz levantar alguns questionamentos sobre essa agente: qual o papel desenvolvido por Melania no governo Trump? Como avaliar seu primeiro-damismo?

Como aponta Jéssica Melo na pesquisa “Com a palavra, Cristina Kirchner: Os usos da memória de Eva Perón no Bicentenário argentino” desenvolvida no Mestrado (Unifesp, 2016), por trás dessa postura do que chamamos de primeiro-damismo, há o reconhecimento de uma série de “convenções sociais” que conjugaria determinadas ações da esfera privada, refletindo-se no âmbito político por meio das relações matrimoniais. Essas relações são traçadas de uma perspectiva de grande visibilidade, caso um dos cônjuges protagonize algum papel público na arena política. Para entender essa categoria, é preciso saber que primeiro-damismo pode ser um cargo ocupado por filhos/as, cônjuges e demais parentes de primeiro grau da/o presidenta/e.

Nos Estados Unidos, a convenção de conjugalidade pública por meio do primeiro-damismo exerce uma forte tradição política e cultural, ganhando destaque com Jacqueline Kennedy (nesta função de 1961 a 1963), esposa de John F. Kennedy, que encarnava os ideais de feminilidade da época. Se analisados os últimos governos, pode-se destacar o casal republicano Hillary Clinton (1993-2001) e Bill Clinton, que encenou um “matrimônio político”, como apontado por Jéssica em sua pesquisa. Hillary protagonizou a reforma do sistema de saúde como fundamento de sua agência política durante o mandato do marido, destacando-se por políticas de caráter assistencialistas e se tornando um exemplo de feminismo liberal pelas pautas por ela levantadas. Posteriormente, teve-se a primeira-dama Laura Bush (2001-2009), casada com o presidente George W. Bush, que descende de uma linhagem política e possui um vasto capital político e social, uma vez que seu pai foi o 41º presidente dos Estados Unidos.

Jackie Kennedy visits children in a hospital during her tour of India in March 1962.

Jackie Kennedy visita crianças em hospital, durante viagem à Índia, em mar. 1962 (Crédito: Art Rickerby The LIFE Picture Collection/Getty Images)

Bush teve papel central na perpetuação da tradição maternal de primeiro-damismo de sua sogra, Barbara Bush (1989-1993), em defesa da ampla alfabetização infantil com o projeto Ready to Read, Ready to Learn. A antecessora impulsionou políticas contra o analfabetismo e foi uma das propulsoras na aprovação da Lei de Alfabetização Nacional, em 1991. Também criou a Barbara Bush Foundation for Family Literacy, com o objetivo de fomentar a leitura e o aprendizado das crianças desde cedo.

Por fim, chegamos a Michelle Obama (2009-2017), primeira-dama de Barack Obama, conhecida por sua liderança carismática e por desenvolver projetos também no âmbito da assistência social — o que lhe garantiu elevada popularidade mesmo após o governo Obama. Atualmente, a primeira-dama em exercício é Melania Trump, a quem iremos analisar com um pouco mais de profundidade.

Para entendermos alguns pontos fundamentais desse debate, é preciso fazer um retorno estratégico à literatura especializada. No Brasil, pouco tem sido produzido em termos teóricos de análises sobre o primeiro-damismo, e o livro de Iraildes Caldas Torres sobre primeiras-damas e assistência social, publicado pela Cortez Editora, foi um dos pioneiros no país, datado de 2002. Nos Estados Unidos, em geral, as publicações em relação às primeiras-damas costumam ter um caráter mais jornalístico e sensacionalista, sem tanto rigor acadêmico e se concentrando na biografia dessas mulheres.

Dentre os raros trabalhos que têm-se destinado a pensar no primeiro-damismo de uma perspectiva crítica, podemos destacar o artigo The First Lady, Political Power, and the Media: Who Elected her Anyway, de Betty Winfield (1997), que propõe uma tipologia aplicada ao contexto histórico e cultural norte-americano para se pensar nessas formas de exercício público.

Para descrevê-los rapidamente, o primeiro tipo é definido como escort role, cuja presença feminina seria sempre observada como uma espécie de acompanhante do cônjuge, Depois, vê-se o protocol role, por intermédio da construção de uma imagem pública de destaque em eventos de alta-costura e diplomáticos. O terceiro seria o noblesse oblige role, que encarnaria esses protocolos tradicionais no desenvolvimento de obras de caridade e assistencialistas, representando uma extensão “natural” do trabalho voluntário da mulher em uma comunidade. Por fim, a quarta e última categoria, seria a policy role, com influência direta na tomada de decisão e nos programas de políticas públicas desenvolvidos pelo governo.

Em relação à Melania, muito claramente, sua posição durante o governo de Trump tem sido essa que Winfield (1997) descreve como escort role. Apesar de ter obtido fama e protagonismo na cena de moda dos Estados Unidos e da Itália, sua postura, desde então, é mais reservada e contida.

Muito tem sido escrito sobre ela, sobretudo, para questionar essa imagem pública mais discreta. Como exemplo, podemos chamar atenção para os livros Free, Melania: The Unauthorized Biography (“Melania livre: a biografia não autorizada”, em tradução livre) com autoria de Kate Bennett (2019), a única correspondente da Casa Branca dedicada a cobrir exclusivamente a família do presidente norte-americano. Outro livro, também não-autorizado, foi Melania and Me (“Melania e Eu”), lançado dois meses antes da eleição presidencial e escrito por Stephanie Winston Wolkoff. A autora desse último foi consultora sênior de Melania Trump, auxiliando na produção dos discursos e na criação da plataforma Be Best (“Seja o melhor”) contra o cyberbullying, o que desperta ainda mais curiosidade do público em relação ao livro sobre os bastidores da Casa Branca.

Melania Trump
Melania promove iniciativa Be Best em visita à Dove School of Discovery, Tulsa, 4 mar. 2019 (Crédito: John Clanton/Tulsa World)

Trajetória de Melania

Melania é a 47ª primeira-dama dos Estados Unidos, nascida na cidade de Melanija Knavs. É imigrante e cidadã naturalizada do país, casada com Trump desde 2005 e mãe de Barron William Trump (2006) — filho mais novo de Trump. A se saber, é a segunda primeira-dama imigrante, sendo a primeira, a inglesa, Louisa Adams, esposa do ex-presidente John Quincy Adams.

Quando questionada sobre as posições de Trump, em poucas entrevistas que concede, defende o marido sem muita delonga, sempre com reservas e brevidade, não fazendo comentários políticos.

Como Trump faz parte do showbuzz e, por consequência de sua superexposição, seu terceiro matrimônio se tornou alvo da mídia, vindo à tona os relacionamentos extraconjugais do marido durante a gestação do filho mais novo do casal. Nesse período, Melania foi pressionada pelos meios de comunicação a se posicionar e, ainda que tentasse assumir uma postura mais reservada, precisou afirmar, em meio às alegações de traição, que teria preocupações mais importantes que isso. Outra polêmica que marcou sua trajetória enquanto primeira-dama foi um episódio ocorrido em julho de 2016, ao fazer um discurso durante a Convenção Nacional Republicana. A fala lhe garantiu uma acusação de plágio por utilizar um parágrafo do discurso da antecessora, Michelle Obama, pronunciado em 2008, na Convenção Nacional Democrata.

Em função seu posicionamento na arena pública, Melania é considerada uma das primeiras-damas pouco populares na história dos Estados Unidos, e isso se dá não apenas pela orientação político-ideológica de seu cônjuge, mas também por estar à frente de um debate público, no qual não aparenta ter interesse em performar. No entanto, de acordo com pesquisas, ainda apresenta uma maior popularidade do que a de Trump. É, então, importante pensar que nem sempre as mulheres e/ou homens têm as mesmas intenções políticas que seus/suas parceiras/os e, no entanto, é-lhes cobrado um posicionamento, uma reação em relação às pautas em voga — como foi o caso de Melania com a temática da imigração, como veremos a seguir.

Outro fator que nos chama atenção no que diz respeito a Melania é que, apesar da infância humilde na Eslovênia, sem muitos privilégios, declara-se poliglota. Além de seu nativo esloveno, fala inglês e afirma ser fluente em sérvio, francês e alemão. É criticada, no entanto, por não dominar perfeitamente a língua inglesa, mesmo tendo vivido nos Estados Unidos por anos. Seu nível de conhecimento nos outros idiomas também é refutado por seus críticos. Apesar de ter um certo capital cultural elevado pelos idiomas, por ter transitado durante anos no mundo artístico enquanto modelo, é alvo desse tipo de discurso. O que é bastante comum, em geral, em relação às mulheres que ocupam posições de destaque no espaço público: terem suas capacidades cognitivas, estéticas e morais questionadas.

Nesse contexto de um governo de direita, é cobrado de tais mulheres um modelo de feminilidade que não ouse expandir, ou questionar, um padrão preestabelecido do que se espera de uma primeira-dama. A cordialidade deve ser a tônica, juntamente com a carga de moralidade, pois essa deve transparecer um modelo tradicional de esposa e mulher, exalando sensibilidade e docilidade.

Conforme pontuamos no início deste texto, o assistencialismo sempre esteve atrelado à imagem do primeiro-damismo. Esse lugar foi estabelecido com base em uma ótica patriarcal, que recai no ideário da mulher cuidadora sempre às sombras de seus companheiros. Quando a política de assistência social é atrelada ao primeiro-damismo, deslegitima todo o constructo acerca da legitimidade da profissão de assistente social, desmobilizando tais políticas frente ao Estado e tornando-as uma espécie de hobby de primeiras-damas.

Um exemplo dessa institucionalização do assistencialismo, enquanto política pública, é a Alianza de Conyuges de Jefes de Estados y Representantes (ALMA) dos países da América Latina, cuja chefia está a cargo da primeira-dama argentina, Fabiana Yañez, desde setembro deste ano. Os temas mais debatidos e prioritários da agenda dessa organização são infância, educação, juventude, mudanças climáticas, mulheres e imigração. Percebe-se, então, que há uma apreciação para um discurso filantrópico que mobiliza afetos e sentimentos de cuidado, como compaixão, generosidade, bondade, solidariedade e amor.

Ao observarmos a trajetória de Melania, percebemos que ela não representaria o discurso da direita de uma mulher “Bela, Recatada e do Lar”, como Marcela Temer fora descrita em 2016. Como trabalhou como modelo fotográfica e de passarela desde os 16 anos, a primeira-dama estadunidense sempre esteve sob holofotes, protagonizando, por diversas vezes, as capas de revistas de grande circulação, como Vogue, Sports Illustrated e Harper’s Bazaar. Chegou, inclusive, a posar nua, em 1995, para uma revista francesa.

Em vista de sua exposição profissional, recebeu orientações da assessoria de marketing eleitoral de Donald Trump que, para blindá-lo de possíveis críticas de seus/suas apoiadores/as, deveria desempenhar um papel sem tanta exposição, uma vez que não se enquadra no estereótipo esperado de uma primeira-dama acompanhante. Assim, exerceu um papel passivo, silenciado, quase invisível e com raríssimas manifestações públicas – bem diferente da predecessora, Michelle Obama.

Políticas imigratórias e a primeira-dama

É sabido que um dos fios condutores da política de Donald Trump se ampara na xenofobia, transparecendo medo e aversão ao estrangeiro, ao refugiado. Em diversos discursos, Trump evidencia isso, principalmente quando propôs, ainda durante sua primeira campanha presidencial, a construção de um muro fronteiriço que separasse o México dos Estados Unidos.

Sobre essa relação entre o atual presidente dos EUA e suas políticas anti-imigração, tornou-se pública, recentemente uma conversa telefônica gravada pela ex-assessora Stephanie Winston Wolkoff, que lançou o livro não-autorizado sobre a primeira-dama – Melania e Eu. A conversa foi gravada em julho de 2018 e, nela, Melania desabafou sobre a cobertura que a imprensa americana faz da política imigratória de seu marido e de sua colaboração na Casa Branca.

Dentre as lamúrias de Melania no áudio vazado, ela afirma que a imprensa não aponta seus esforços em reunir as famílias separadas na fronteira e diz que a mídia não entende os limites do que ela pode fazer dentro da lei. Percebemos a recorrência da tentativa de se diferenciar da concepção política de seu marido, no que diz respeito às políticas de imigração, sendo ela própria, uma imigrante, e o que fez dela uma das colaboradoras próximas a Trump a se opor à política de separação das famílias de imigrantes ilegais capturados na fronteira por forças policiais.

Tendo em vista tais embates travados por Melania Trump, perguntamos: qual o lugar e quais os limites das mulheres na condição de primeira-dama? Seriam sempre responsáveis apenas pela parte “estética” do governo, como por exemplo, as decorações de Natal? Sempre no papel assistencialista e de cuidadoras?

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Melania em celebrações natalinas na Casa Branca (Crédito: Saul Loeb/Getty Images)

Percebam que sempre falamos sobre primeiras-damas, e não sobre primeiros-cavalheiros, e isso se dá pela ausência, ou rara ocupação, das mulheres em cargos de elite política. Além do mais, são pouquíssimos os casos de casais LGBTs em destaque na arena política, o que dificulta ainda mais uma análise sobre esses discursos heteronormativos que orientam a posição de acompanhante do/a chefe do Estado.

Portanto, o imaginário social de como uma primeira-dama deve, ou não, comportar-se reflete os modelos tradicionais e padrões culturais de feminilidade estabelecidos pelo patriarcado: são cobradas por se enquadrarem, ou não, nos padrões de beleza socialmente aceitos (magreza, pele clara, cabelo liso), vestem-se com roupas de renomados estilistas, são mães e estão sempre na companhia de seus maridos. Em suas mídias sociais, há sempre mensagens de carinho e de atenção para com atividades e profissões de assistencialismo como professores/as de primeira infância, cozinheiros/as, enfermeiros/as, além de, claro, fotografias e vídeos em ONGs de amparo a crianças, jovens, adolescentes e idosos.

Junto com esses atributos esperados, também é desejado um caminho de atuação “perfeita” no sentido de se colocarem no âmbito político de forma contida, exercendo o que é designado por esse imaginário, ou seja: o papel de cuidadora, ressaltando uma “ética do cuidado” na esfera pública.

Primeiro-damismo como essencialização do feminino

A tradição estadunidense nos ensina que, ainda que relegadas ao papel de mãe, companheira e “damas”, ainda que desenvolvendo políticas externando uma “ética do cuidado”, elas possuem um papel central nesse jogo eleitoral. O perigo dessas agendas de primeiro-damismo é, então, a essencialização do que é ser mulher, do que se entende como uma performatividade feminina, ou de feminilização, em oposição a uma concepção de um discurso feminista que seria a suposta desestabilização desses papeis socialmente atribuídos aos gêneros.

Há, nesse sentido, um reflexo das políticas de divisão sexual do trabalho no nível da esfera pública de que haveria, historicamente, uma destinação prioritária dos homens à esfera produtiva e pública, e das mulheres, à esfera reprodutiva. Portanto, no âmbito profissional, houve, de forma sistemática, a ocupação dos homens nas funções que possuíam forte valor social agregado, como as políticas, religiosas e militares. Ao passo que as mulheres ficaram restritas a posições menos prestigiosas e sem tanto reconhecimento.

O que chama atenção nos diversos exemplos que temos sobre os modelos de feminilidade impostos às primeiras-damas é o fato que essas mulheres, ainda que inseridas no campo político, não possuem suas agências reconhecidas. Em outros termos: não são interpretadas como sujeitos políticos com relevância nas disputas de poder desse espaço. Algo que, sem dúvida, ocorre quando observamos empiricamente as campanhas eleitorais, por haver sempre uma midiatização e exposição das famílias e, por consequente, das/os companheiras/os daquela/e que pleiteia uma vaga no jogo político.

Portanto, percebemos que a atual primeira-dama dos Estados Unidos não foge à regra do que se consolidou sobre os parâmetros de uma ética do cuidado, ou de silenciamento sistemático das mulheres no âmbito doméstico e público. Ex-modelo e profissional reconhecida que, ao estar ao lado de um agente político, têm atribuídas para si diversas atividades obrigatórias de cuidado para a manutenção do poder. E que poder é esse? O do homem branco, hétero, de classe alta e que reitera discursos misóginos, xenófobos — ainda que casado com uma imigrante —. Para finalizar, Simone de Beauvoir bem disse n’O Segundo Sexo (1967), “o opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”.

 

Para saber mais sobre o tema

BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo Vol 2: A Experiência Vivida, Difusão Européia do Livro, 1967.

MELO, Jéssica M. C. Com a palavra, Cristina Kirchner: Os usos da memória de Eva Perón no Bicentenário argentino. Dissertação de mestrado – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 201f. São Paulo, 2016.

TORRES, Iraildes Caldas. As primeiras-damas e a assistência social: relações de gênero e poder. Cortez Editora, 2002.

WATSON, Robert P. The Presidents’ Wives: Reassessing the Office of first lady. Lynne R. Rienner Publishers, 2000.

WIEDLACK, Katharina. In/visibly Different: Melania Trump and the Othering of Eastern European Women in US Culture. Feminist Media Studies, v. 19, n. 8, p. 1063-1078, 2019.

WINFIELD, Betty Houchin. The First Lady, Political Power, and the Media: Who Elected her Anyway. Women, media, and politics, p. 166-179, 1997.

 

* Jéssica Melo é doutoranda em Sociologia pela USP, bolsista CNPq. É pesquisadora do projeto Mulheres Eleitas do LAPPCOM-UFRJ e têm experiência em Sociologia Política, Mulheres na Elite Política, Presidentas e Primeiro Damismo. E-mail: jessicamelo@usp.br. Camila Galetti é doutoranda em Sociologia pela UnB, bolsista Capes. É pesquisadora do projeto Mulheres Eleitas do LAPPCOM-UFRJ e têm experiência em Sociologia Política, Teorias Feministas e extrema-direita. E-mail: camilacarolinagaletti@gmail.com.

** Recebido em 15 out. 2020. Este Informe não reflete, necessariamente, a opinião do OPEU, ou do INCT-INEU.

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