Relatório projeta perdas econômicas e de emprego
Tarifas retaliatórias sobre US $ 11 bilhões em exportações de produtos químicos e plásticos dos EUA colocam 55.000 empregos nos EUA e US $ 18 bilhões em atividades econômicas dos EUA em risco, afirma ACC.
Traduzido do American Chemistry Council*
As medidas punitivas impostas à China, como resultado da investigação da Seção 301 dos Estados Unidos, incitaram tarifas retaliatórias de 11 bilhões de dólares em exportações de produtos químicos e plásticos norte-americanos e colocaram em risco quase 55.000 empregos americanos e 18 bilhões de dólares em atividade doméstica como resultado da redução da demanda por esses produtos, de acordo com o novo relatório econômico publicado hoje pelo Conselho Químico Americano (ACC, na sigla em inglês). A divulgação dos novos dados coincidiu com o arquivamento dos comentários públicos da ACC sobre a lista 3 dos Estados Unidos e seguiu o depoimento dado em agosto pelo diretor de comércio internacional da ACC, Ed Brzytwa, no qual a companhia pediu aos políticos para remover da lista 3 todos os 1.505 produtos químicos e plásticos, avaliados em 16,4 bilhões de dólares.
“É inevitável que as tarifas da China sobre as exportações de produtos químicos e plásticos dos Estados Unidos resultem na redução da demanda por essas exportações”, disse Emily Sanchez, diretora de economia e análise de dados da ACC e principal autora do novo relatório. “Dependendo da elasticidade da demanda por produtos norte-americanos na China, as tarifas de retaliação podem resultar em perdas substanciais para os produtores americanos, seus funcionários e para aquelas comunidades dependentes da atividade econômica gerada pelos trabalhadores da indústria química e de plásticos”.
A análise da ACC apresenta dois cenários possíveis: um “cenário de base”, no qual os importadores chineses são mais desafiados a encontrar fontes alternativas para os produtos norte-americanos; e um “cenário pior”, onde os clientes chineses podem ajustar mais rapidamente suas cadeias de suprimento para substituir produtos originários dos Estados Unidos. No caso do cenário de base, a ACC estima que a perda nas exportações de produtos químicos e plásticos norte-americanos para a China equivaleria a 1,6 bilhão de dólares por ano, podendo chegar a 6,1 bilhões de dólares por ano no pior cenário possível.
“Se os números são a língua universal, então não há barreiras linguísticas impedindo que os Estados Unidos e a China entendam os danos mútuos que as tarifas estão prestes a infligir em suas economias”, disse Brzytwa. “Ambos os lados provaram que têm como alvo as indústrias domésticas mais prósperas da outra, como produtos químicos. Agora é o momento de os Estados Unidos e a China conduzirem essa guerra comercial para uma conclusão sensata, produtiva e estável. Por parte da China, Beijing deve reconhecer que o caminho que vem seguindo há décadas – de desrespeito aos princípios e acordos da Organização Mundial do Comércio – não é mais do seu melhor interesse econômico”.
Ao mesmo tempo, os dados também ilustram que as atuais ações comerciais dos Estados Unidos podem levar a graves consequências colaterais, que não devem ser negligenciadas por Washington. “Enquanto o governo dos Estados Unidos continua a erguer barreiras dispendiosas para acessar cadeias de suprimento globais e mercados de clientes estrangeiros, o governo chinês está trabalhando ativamente no sentido de expandir a capacidade industrial em sua própria economia doméstica e eliminar tarifas e outras barreiras para fazer negócios com outros parceiros estrangeiros”, observou Sanchez. “A diminuição na demanda devido às tarifas de retaliação das exportações de produtos químicos norte-americanos para a China reduzirá a competitividade dos fabricantes de produtos químicos no país e, como resultado, ocorrerão perdas de produção e emprego na indústria química. Essa perda de produção será sentida mais amplamente, já que os fornecedores do setor enfrentarão uma redução na demanda por seus produtos e isso afetará as comunidades locais onde os trabalhadores gastam seus salários”, acrescentou Sanchez.
A essa altura, os comentários públicos da ACC sobre a Lista 3 também incluem uma lista inicial de 21 contas de primeira mão de empresas expostas aos impactos potencialmente prejudiciais das tarifas chinesas da Seção 301 e das tarifas e cotas sobre importações de aço e alumínio da Seção 232. Piadas já prenunciam interrupções significativas nas operações da cadeia de suprimentos – incentivando as empresas a mover a produção dos Estados Unidos para o exterior devido ao repentino cenário desigual que as tarifas criariam no mercado global.
“Uma guerra comercial não resultará em uma relação comercial mais equilibrada entre os Estados Unidos e a China, nem tampouco promoverá os interesses da economia, dos fabricantes e dos consumidores norte-americanos”, reiterou Brzytwa. “Nós veementemente clamamos ao governo em Washington que evite essa ação, rescinda as tarifas atualmente em vigor e, dessa forma, previna uma retaliação adicional por parte da China.”
Tradução por Solange Reis
*Artigo originalmente publicado em 6/09/2018, em https://www.americanchemistry.com/Media/PressReleasesTranscripts/ACC-news-releases/New-ACC-Report-Projecting-Potential-Job-and-Economic-Losses-Caused-By-Chinese-Retaliatory-Tariffs.html