Departamento do Tesouro libera venda de aviões para o Irã
Interrompendo décadas de proibição, o Departamento do Tesouro autorizou a Boeing e a Airbus a vender aviões para o Irã. A decisão, no dia 21, envolve 80 aviões da Boeing e 17 da Airbus, embora a companhia europeia diga que o número poderá chegar a 118. Apesar de muitas sanções ocidentais terem sido suspensas após o acordo sobre o programa nuclear iraniano, em 2015, empresas dos EUA continuam impedidas de fazer comércio com o país. O embargo se estende a empresas estrangeiras que importam peças dos EUA, que é o caso de 40% dos componentes da Airbus. Uma exceção foi aberta no caso da indústria aérea mediante a emissão de licenças revogáveis caso o Irã descumpra alguma cláusula do acordo nuclear ou utilize os aviões para fins militares. Esse último ponto é o que embasa as críticas, principalmente entre os republicanos. Para as empresas, a liberação significa a oportunidade de entrar em um mercado de 80 milhões de habitantes. No caso do Irã, é uma questão de segurança pública. As sanções ocidentais deixaram a indústria de aviação no país sucateada e passível de acidentes. Segundo a Organização Internacional de Aviação Civil, ligada à ONU, o número de desastres aéreos no Irã é elevado. A defasagem das aeronaves e a falta de peças de reposição torna o risco de morte nos voos em companhias iranianas 100 vezes maior do que nas grandes empresas internacionais. Além de fortalecer a imagem doméstica do presidente iraniano, Hassan Rouhani, a decisão do Departamento do Tesouro abre caminho para a normalização das relações comerciais entre os dois países.