Energia e Meio Ambiente

Venda de gás para China deve mudar mercado de energia

A China recebeu, no dia 22, o primeiro carregamento de gás liquefeito dos EUA. O embarque ocorreu pelo Canal do Panamá, após a ampliação das linhas de trânsito em junho. O transporte de gás liquefeito dos EUA para a Ásia deverá impactar o comércio global de energia, com implicações para economia, meio ambiente e política no mundo. A Ásia é o principal mercado consumidor, mas a oferta é limitada a poucos países, como Austrália e Catar. Gás natural ainda corresponde a cerca de 5% da matriz energética chinesa, o que é baixo em relação à media mundial de 23%. Mas o país pretende elevar o percentual para 10% até 2020. Esta é uma das soluções para combater seu alto volume de emissões de gases de efeito estufa e cumprir compromissos assumidos no Acordo de Paris. O país é líder de emissões em termos absolutos, embora emita menos da metade dos EUA em quantidade per capita. A notícia favorece o comércio mundial de gás liquefeito, pois as vendas dos EUA podem ajudar o produto a se tornar uma commodity no futuro. Isso porque a maior parte do transporte de gás no mundo ainda é feita por gasodutos, o que torna seu comércio muito regionalizado. Se isso acontecer, a tendência será de substituição de contratos de longo prazo por acordos de curto prazo ou venda spot. Vender gás para os chineses ajuda os EUA a diminuir o déficit na balança comercial. Além disso, representa uma chance de frear as relações de energia entre Pequim e Moscou, reduzindo o poder político e econômico da Rússia no âmbito regional. Em contrapartida, especialistas creem que as exportações aumentarão o preço do gás e da eletricidade nos EUA, prejudicando consumidores residenciais e industriais.

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