No dia 14 de julho, via Twitter, Donald Trump anunciou seu companheiro de chapa: Mike Pence, o atual governador de Indiana. Pence serviu por doze anos como representante na Câmara antes de ser eleito governador em 2012. Esse parece ter sido um dos critérios da escolha de Trump, alguém que o ajude a avançar projetos de lei no Congresso e que possa unir as alas do Partido Republicano preocupadas tanto com temas fiscais quanto sociais. A escolha por Pence, um cristão evangélico conhecido por suas posições conservadoras, parece ter sido uma maneira de Trump sinalizar moderação ao partido. Em seus quatro anos como governador, Pence conseguiu reduzir a taxa de desemprego em Indiana, de 8% para 5%, e investiu US$ 2,5 bilhões na construção de estradas e pontes. O governador defendeu cortes de impostos para empresas e aprovou, em 2012, o projeto de lei conhecido como “direito de trabalhar”: uma série de medidas que flexibilizam leis trabalhistas e limitam o poder de sindicatos, supostamente permitindo que empresas contratem mais trabalhadores. Em 2015, Pence assinou o controverso Religious Freedom Restoration Act, que permite que estabelecimentos pratiquem discriminação alegando motivos religiosos. Indiana também manteve uma política antidrogas austera durante seu governo, na contramão de outros estados que vêm regulamentando a utilização de maconha. A posse de qualquer quantia de maconha pode levar a seis meses de prisão no estado. Alguns analistas já especulam que Pence terá papel importante na condução da política doméstica de um possível governo Trump.