EUA inserem mudança climática no planejamento federal
Todas as agências federais nos EUA foram orientadas, no dia 2, a considerar os efeitos da mudança climática nos projetos públicos. Após seis anos de preparação, o Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca estabeleceu os novos procedimentos em conformidade com a Lei de Política Ambiental Nacional (NEPA, em inglês). Criada em 1969, a legislação determina que os organismos federais avaliem os efeitos ambientais nos planejamentos. A ideia do governo Obama é estender a lei para enquadrar a mudança climática. As agências foram instruídas a fazer análises prévias à execução de obras, identificando possíveis emissões de gases de efeito estufa e avaliando a capacidade das construções para suportar desastres naturais decorrentes de mudança climática. Apesar da não obrigatoriedade dos procedimentos, a decisão foi celebrada por ambientalistas como um ponto de inflexão na visão pública sobre a questão climática. Segundo o Sierra Club, maior organização ambiental do país, o processo de tomada de decisão se tornará mais transparente e seguro. Já o senador Jim Inhofe (R-OK) disse que a medida não tem fundamento legal porque não se falava em mudança climática quando a NEPA foi criada. Inhofe também alega que o Conselho não tem legitimidade por não possuir um diretor aprovado pelo Senado. Segundo o congressista, o órgão acéfalo é dirigido por um grupo técnico de baixo escalão. Apesar de presidir o Comitê de Meio Ambiente e Obras Públicas no Senado, o republicano é combativo de muitas políticas ambientais e um declarado cético climático.