A OTAN decidiu incorporar a dimensão cibernética em seu campo de atuação. O anúncio ocorreu no encontro entre ministros da defesa da organização, no dia 14, fortalecendo o entendimento de que as guerras atuais não são travadas apenas nos espaços territoriais tradicionais. Além de estimular planos de ciberdefesa para proteção da rede de computadores nos países membros da aliança, a ideia é debater nos próximos meses o uso de armas cibernéticas para destruir mísseis ou sistemas de redes de nações adversárias. Segundo Douglas Lute, embaixador dos EUA na OTAN, um escudo antimíssil pode ser completamente desativado com ações cibernéticas. Apesar de reconhecer a existência das chamadas ameaças híbridas, incluindo ataques a computadores e desorientação do sistema de posicionamento global (GPS, na sigla em inglês), a OTAN encontra-se defasada em relação à capacidade de cibersegurança dos EUA e do Reino Unido, e também da Rússia. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, não confirmou se o plano foi desenvolvido de forma abrangente ou se visa um país especificamente. Stoltenberg também não comentou se há relação entre a decisão e a suspeita de ciberataque ao Comitê Democrata Nacional pelo governo russo. Segundo a imprensa nos EUA, hackers russos teriam acessado os computadores e roubado estudos sobre o republicano Donald Trump feitos pelo comitê. A suspeita sobre a Rússia se deve à tecnologia sofisticada usada pelos hackers. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, negou que o Kremlin ou qualquer órgão governamental esteja ligado à invasão.