As posições do pré-candidato Donald Trump sobre alguns temas de energia têm deixado o setor petrolífero nos EUA indeciso sobre apoiar sua nomeação. Recentemente, o republicano acusou o rival Ted Cruz de ser controlado pelo setor de petróleo e gás. Ao contrário de Cruz, Trump prometeu apoiar a indústria de etanol, segmento concorrente do petrolífero. Outro ponto controverso é a defesa de terras públicas contra a exploração de minerais. Sobre o polêmico oleoduto Keystone XL, cuja construção não foi aprovada pelo governo Obama, Trump disse ser favorável. O problema nesse caso é o fato de defender uma fatia para o governo nos lucros do projeto. Normalmente, o segmento petrolífero destina a maior parte das doações de campanha para o Partido Republicano. Essa tendência se acentuou durante o governo Obama, quando os democratas receberam em média menos de 20% do total das contribuições do setor. Na corrida presidencial atual, o pré-candidato republicano Ted Cruz foi o que mais recebeu dinheiro de grupos petrolíferos. A liderança de Trump nas primárias, no entanto, começa a ser um problema para o segmento. Jack Gerard, CEO do American Petroleum Institute, disse que ainda é cedo para opinar. Gerard declarou que a política de energia de Trump ainda é um mistério. Para o lobista Mike McKenna, é preferível apostar na previsibilidade da democrata Hillary Clinton. A boa notícia para Trump é que Charles e David Koch decidiram não apoiar, nem boicotar sua campanha. O Partido Republicano esperava que esses magnatas do petróleo, que figuram entre os maiores doadores nos EUA, usassem seu arsenal de US$ 400 milhões em verbas políticas para evitar a nomeação de Trump. Os irmãos Koch estão na origem do movimento Tea Party, e gastam milhões com candidatos que apoiem ideias ultraconservadoras e libertárias.