Alta no preço do barril revela problema na produção dos EUA
A crise que atinge a produção de petróleo de xisto nos EUA começa a se refletir no preço mundial do barril. O preço subiu mais de 30% desde o início de fevereiro, alta atribuída em parte à queda na produção de xisto a partir de janeiro: 150 mil barris diários a menos. Em 2015, o país já havia perdido em torno de 500 mil barris por dia. Outro indicativo da difícil situação do setor no país é o fechamento de metade das plataformas desde 2014. Os dados mostram que o problema afetou operações e afastou investidores. Caso emblemático é o da empresa Continental Resources, líder na exploração do campo de Bakken. A companhia anunciou que provavelmente desistirá de explorar as reservas em Dakota do Norte e prevê queda de 10% de sua produção total em 2016. A redução da produção no país não é suficiente para trazer o preço do petróleo global a um patamar competitivo para recursos não convencionais como o xisto. Fatores externos, como aumento da demanda mundial e corte na produção em outros países, seriam necessários para aquecer os preços significativamente. Entre 20 de março e 1o. de abril, Rússia e OPEP farão reuniões para discutir um plano de congelamento de suas produções. Um acordo incomum entre Rússia, Arábia Saudita, Catar e Venezuela, no mês passado, propôs o congelamento da produção no nível de janeiro. A proposta emergencial ocorreu quando o petróleo atingiu menos de US$ 30 o barril. O novo encontro, na cidade de Moscou, poderá ter impacto caso as partes convençam países como o Irã. Teerã, no entanto, tem dificuldade econômica e política para reduzir a produção no momento em que as sanções ocidentais foram suspensas como parte do acordo sobre o programa nuclear iraniano.