EUA e UE anunciam acordo sobre tráfego de dados
No dia 29, funcionários de governos europeus e dos EUA liberaram detalhes do novo acordo para transferência de dados feita por empresas de tecnologia entre as duas regiões. O acordo substitui o entendimento anterior, do ano 2000, que permitia a 4 mil empresas dos EUA manusear dados de cidadãos europeus. O tratado foi encerrado em outubro de 2015, quando a Corte de Justiça da União Europeia decidiu revogá-lo em função de acusações de que agências do governo dos EUA monitoram o fluxo de dados. Para entrar em vigor, o novo acordo precisa ser aprovado pelos 28 Estados-membros da UE. Conhecido como EU-US Privacy Shield, o acordo estabelece regras mais restritas para a movimentação e o tratamento dos dados pessoais que partem da UE para servidores nos EUA. Além disso, o pacto estabelece novos limites aos poderes das agências de inteligência na coleta de informações online, quando estas forem transferidas para os EUA. O acordo serve também como mecanismo de solução de controvérsias entre os clientes europeus e as empresas dos EUA, oferecendo um painel de arbitragem cujas decisões são vinculantes. Contudo, as eventuais reparações determinadas pelo painel não poderão ser financeiras. Na prática, significa que as empresas deverão corrigir, retornar ou apagar os dados do caso em questão. As medidas oferecidas pelo novo acordo foram criticadas por grupos ativistas da privacidade digital, que consideram insuficientes os limites impostos. Empresas como Facebook, Amazon e Google apoiaram a iniciativa para limitar o acesso governamental a dados comerciais.