Petróleo baixo não impulsiona economia dos EUA
O baixo preço do petróleo no mercado mundial não deverá beneficiar a economia dos EUA no curto prazo. Segundo estimativas dos bancos J.P. Morgan e Goldman Sachs, o crescimento econômico relacionado à queda de preço será praticamente nulo em 2016. As previsões vão de encontro às estatísticas históricas. Uma regra de ouro no mercado é que cada 10% de redução no preço gera crescimento econômico entre 0,1% e 0,5%. Considerando que os preços caíram cerca de 70% nos últimos dois anos, a expectativa era de efeitos muito positivos. O problema com a situação atual é que os EUA importam menos petróleo do que no passado, com a deflação afetando principalmente os produtores domésticos e a cadeia produtiva. Endividadas e começando a fechar inúmeros poços de exploração no país, as operadoras independentes vêm demitindo milhares de funcionários. Do ponto de vista macroeconômico, o baixo preço da gasolina tende a elevar o risco inflacionário. Essa tendência, no entanto, ainda não se confirmou. Economistas divergem sobre o que estaria intimidando os consumidores. Alguns acreditam que as pessoas têm usado a economia com combustível para pagar dívidas; outros creem que o baixo consumo se deve à percepção de que uma nova crise econômica pode estar próxima. O conservadorismo do consumidor interfere nos planos do Fed de aumentar a taxa de juros para até 1% ainda este ano. Em dezembro do ano passado, o Fed aumentou os juros em 0,25%, o primeiro aumento em quase uma década. O plano era subir novamente em março deste ano, mas a falta de perspectiva de aumento da inflação deverá retardar medidas nesse sentido.