Financiamento público tenta resgatar indústria nuclear
Duas empresas nos EUA terão financiamento do governo Obama para desenvolver reatores nucleares mais avançados. O anúncio, no dia 21, informa que cada uma receberá US$ 40 milhões nos próximos 5 anos, sendo US$ 6 milhões já em 2016. A ajuda indica a disposição do governo em estimular a atividade. Energia nuclear corresponde a 19% da matriz energética do país, mas o segmento vem sofrendo declínio. Os riscos de acidente radioativo, a indefinição sobre o destino do lixo tóxico e o custo das usinas são alguns desafios. A indústria também foi muito abalada pela concorrência do gás natural nos últimos anos e pelo acidente na usina japonesa de Fukushima em 2011. Os EUA possuem cerca de 100 usinas em funcionamento, mas a maioria terá a licença expirada até 2030 e existem apenas 5 em construção. O objetivo do governo é desenvolver um modelo de reator menor que, apesar de ter menos potência do que os tradicionais, pode ser acrescido com módulos conforme a necessidade. Além de gerar eletricidade, os reatores modulares poderão ser usados em atividades industriais, incluindo dessalinização de mares. Outro ponto é que a tecnologia usa gás, e não água, para resfriar o material físsil. Isso permitirá que as usinas sejam instaladas próximas a grandes centros populacionais, embora com menor risco de contaminação em caso de acidente. O apoio financeiro é divulgado como parte do plano de combate à mudança climática, mas outra motivação é a competição tecnológica e comercial com a China. Os chineses já desenvolveram reatores modulares e usinas flutuantes, e vem fechando acordos bilionários com aliados dos EUA, como Reino Unido e França.