Exxon é acusada de manipular dados sobre aquecimento global
O Departamento de Justiça vem sendo pressionado por políticos e organizações ambientais a investigar a petrolífera ExxonMobil por manipulação de dados sobre mudança climática. No dia 5, o procurador-geral de Nova Iorque abriu um processo para apurar denúncias recentes contra a empresa. De acordo com o jornal Los Angeles Times e o site InsideClimate News, entre o fim dos anos 1970 e o final da década seguinte, a empresa encomendou uma série de estudos sobre o efeito da ação humana no aquecimento global. Segundo responsáveis pelas pesquisas, o objetivo da empresa era se antecipar aos concorrentes no conhecimento sobre efeitos das emissões de CO2 por combustíveis fósseis. Os estudos revelaram o que hoje é praticamente consensual na comunidade científica: a queima de combustíveis fósseis acelera o aquecimento global e leva à mudança climática. A empresa começou a censurar os resultados das pesquisas a partir dos anos 90, passando publicamente a negar as evidências sobre os malefícios das emissões de carbono. Mais do que isso, a ExxonMobil preferiu direcionar investimentos para financiar estudos que negassem o aquecimento global causado pelo homem. Desde 2007, teria doado quase US$ 2 milhões para os congressistas que adotassem a mesma postura. O site ExxonSecrets.org, criado pelo Greenpeace, divulga o mapeamento da rede de organizações, políticos e cientistas que colaboraram com a petrolífera nesse sentido. O vice-presidente da ExxonMobil, Kenneth Cohen, negou as acusações, mesmo tendo admitido anteriormente que a empresa apoiou os chamados cientistas céticos para evitar que os EUA assinassem o Protocolo de Kyoto.