Agora é que são elas também nos EUA

Pela primeira vez nos EUA, duas mulheres concorrem simultaneamente às primárias presidenciais: a democrata Hillary Clinton e a republicana Carly Fiorina. Embora com visões diferentes sobre feminismo, a presença de ambas na campanha contribui para o debate sobre baixa representatividade feminina na política. Nos EUA, o índice atual de representação no Congresso nacional é de 19%, menos do que a média dos países industrializados e de muitos países em desenvolvimento. No Afeganistão, por exemplo, o percentual era 28% em 2014. Com o eleitorado republicano mais composto por eleitores conservadores, principalmente homens, Fiorina não abraça a temática feminina. É contra o aborto e o Planned Parenthood, organização sem fins lucrativos de serviço para saúde reprodutiva que conta com financiamento federal. Tendo sido CEO de uma multinacional, atribui a desigualdade salarial entre homens e mulheres à preferência dos empregadores por funcionários mais experientes. Clinton tem histórico de defesa dos interesses femininos e optou por incluí-los na plataforma atual. Em 2008, quando concorreu com Barack Obama pelo Partido Democrata, preferiu destacar a experiência política sobre sua condição feminina. Atualmente, aproveitando o momento em que a temática feminina ganha espaço nos EUA e no mundo, vem usando sua condição de gênero como trunfo. A estratégia pode ajudar a democrata a apagar a imagem de desonesta e ambiciosa, características normalmente atribuídas à astúcia masculina na política. Considerando as boas chances de indicação democrata e até mesmo de vencer um rival republicano, Hillary Clinton poderá ser a primeira mulher a ocupar a Casa Branca.

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