Energia e Meio Ambiente

Governo suspende leilões e não renova concessões no Ártico

O Departamento do Interior cancelou, no dia 16, dois leilões que ocorreriam nos próximos 18 meses para exploração de petróleo no Ártico. A decisão não teve motivação ambiental, uma vez que o governo tem interesse em explorar a região. Segundo o Departamento, as condições de mercado não favorecem a extração no Ártico atualmente. Com o preço baixo do barril e o excesso de oferta, explorações caras acabam postergadas. O fator que levou à medida foi a suspensão pela Shell da exploração em uma concessão antiga, depois que a empresa constatou que o retorno financeiro seria insuficiente para justificar os investimentos. Apesar de postergar o plano, a Shell pediu extensão de sua concessão para além de 2020, na expectativa de que o cenário mude. Outra empresa que solicitou mais prazo em área já concedida foi a norueguesa Statoil. Ambas tiveram o pedido rejeitado, o que reflete uma característica do governo Obama sobre o sistema de concessão. Único modelo adotado no país, o regime de concessão significa que a empresa paga impostos para o governo e aluguel para o proprietário da terra, seja o Estado ou um particular. O lucro da produção fica com a empresa, que decide quando começar ou interromper a exploração. Para o presidente Barack Obama, a concessão em terras públicas deve ser condicionada a atividades contínuas. A fim de inibir que as petrolíferas mantenham a concessão sem explorar as reservas, o Departamento vem aumentando o valor dos royalties em águas profundas. De 2009 até hoje, o valor do aluguel subiu de US$ 7/acre para US$ 28/acre em campos com menos de 200 metros de profundidade, e de US$ 11/acre para US$ 44/acre nos que ficam entre 200 a 400 metros.

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