Califórnia intensifica guerra contra indústria de carvão
O estado da Califórnia proibiu os fundos de pensão de servidores estaduais de investir em empresas ligadas à indústria de carvão. Os fundos CalPERS e CalSTRS, respectivamente de funcionários gerais e de professores, serão obrigados inclusive a vender ações de empresas que tenham mais de 50% de receita derivada de atividades com carvão. Investimentos desse tipo nos dois fundos somam US$ 299 bilhões atualmente, volume que deverá ser eliminado até 2017. A ideia por trás da lei vem sendo discutida desde 2014 e algumas universidades, como a Universidade da Califórnia e Stanford, já se desfizeram de papéis ligados à economia “suja”. A medida é parte de um pacote com 23 legislações ambientais sancionado pelo governador Jerry Brown, no dia 8. O pacote também inclui o banimento do uso industrial de microesferas plásticas. Esse componente esfoliativo, muito usado em cosméticos e produtos de higiene, é considerado nocivo para o meio ambiente. Por serem microscópicas, as partículas industrializadas passam pelos sistemas de filtragem de esgoto, contaminando oceanos, rios, baías e a fauna marinha. O banimento vigorará a partir de 2020. A sanção ocorreu um dia após o governador democrata assinar o projeto de lei SB350, que obriga o estado a ter 50% de eletricidade gerada com fontes renováveis a partir de 2030. O conjunto de leis mantém a liderança da Califórnia no processo de transformação para um paradigma de energia verde dentro dos EUA. Segundo cientistas, o aquecimento global tem grande responsabilidade na seca atual, a maior já registrada no estado.