A pré-candidata democrata, Hillary Clinton, declarou ser contrária à construção do oleoduto Keystone XL. O anúncio, no dia 23, rompe meses de silêncio sobre o tema durante a campanha presidencial. A pressão para que Clinton falasse sobre o assunto era forte por dois motivos. Em primeiro lugar, são boas as suas chances de ser indicada pelo Partido Democrata e de ganhar a disputa final com um concorrente republicano. Como a construção do oleoduto é um dos temas mais polêmicos sobre energia nos EUA atualmente, é esperado que alguém com chance de substituir Barack Obama na presidência se posicione sobre a questão. O Keystone XL foi projetado para ligar as reservas de petróleo betuminoso no Canadá a refinarias no Texas, mas dúvidas sobre riscos ambientais e os reais benefícios da construção têm postergado sua aprovação pelo governo dos EUA. Por ser uma obra que cruza a fronteira com o Canadá, sua autorização depende do Departamento de Estado. Esse é o segundo motivo da pressão sobre Clinton. Como ex-secretária do Departamento entre 2009 a 2013, período especialmente acirrado de discussões acerca do oleoduto, é natural que Clinton já tenha uma opinião. Mas o motivo que a levou a finalmente se manifestar foram seus concorrentes democratas nas primárias: Bernie Sanders e Martin O’Malley disseram categoricamente serem contra o oleoduto. Ao adotar a mesma postura, para não perder votos entre o eleitorado progressista, Clinton mostra-se contraditória. Em 2010, chegou a dizer que estaria inclinada a aprovar o Keystone XL e agora considera o projeto um desvio de foco do que realmente importa: combater a mudança climática.