Os programas da Planned Parenthood vêm sofrendo uma nova onda de ataques de congressistas republicanos, que agora se mobilizam para cortar o financiamento da instituição. A Planned Parenthood é uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços na área de saúde reprodutiva e que conta com financiamento federal. Dentre as várias atividades de assistência, a instituição realiza abortos e por isso tem sido um alvo constante de republicanos. As controvérsias recentes tiveram início em julho, com uma série de vídeos liberados na Internet pelo grupo anti-aborto Center for Medical Progress. A gravação revela negociações entre um falso comprador e altos funcionários da Planned Parenthood para a venda de tecido fetal proveniente de fetos abortados. A legislação dos EUA proíbe a venda com fins lucrativos de tecido fetal, contudo, não define quanto pode ser cobrado pelo processamento e envio do material às instituições de pesquisas. A repercussão dos vídeos disparou manifestações contra e a favor da Planned Parenthood, chegando também ao Senado. Líderes do Partido Republicano, no final de julho, deram início a planos para cortar a verba da organização, que no ano fiscal de 2014 recebeu mais de US$ 528 milhões. O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (R-KY), encarregou o senador Joni Ernst (R-IA) de liderar um grupo de trabalho para elaborar medidas a fim de abordar a questão. Os membros da equipe de Ernst incluem o senador Rand Paul (R-KY) e James Lankford (R-OK), autores da legislação que visa o fim do financiamento federal. Entretanto, republicanos estão aguardando o momento certo, reconhecendo a necessidade de reunir uma base de apoiadores mais ampla antes de trazer a proposta para votação.