Obama regulamenta plano ambiental audacioso
O presidente Barack Obama lançou, no dia 3, o plano ambiental mais ambicioso da história dos EUA. Intitulado Clean Power Plan, o conjunto de regras determina que as termoelétricas do país reduzam 32% das emissões de carbono até 2030. Cada estado deverá apresentar um plano individual para atingir a meta, que pode incluir cortes nas emissões de termoelétricas e aumento do uso de energia renovável. Os estados que não apresentarem proposta própria terão que aceitar modelos impostos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês). O anúncio já era esperado, uma vez que a EPA trabalhou no projeto por vários anos e abriu a proposta para comentários públicos em 2014. A novidade ficou por conta do índice de redução, que excede a ideia inicial da agência de cortar 30% das emissões. O aumento do percentual mostra que o governo não se intimidou com a pressão da oposição e do lobby das empresas de energia fóssil. Também indica que a administração está disposta a enfrentar verdadeiras guerras judiciais, algumas delas iniciadas antes mesmo da regulamentação. Críticos do plano alegam que sua adoção significará fechamento de muitas usinas a carvão e desemprego no setor. O Clean Power Plan, no entanto, é considerado crucial para um objetivo maior: reduzir entre 26% e 28% as emissões totais do país até 2025, em relação ao nível de 2005. Os EUA são o segundo maior emissor de CO2 no mundo, atrás da China, país com o qual Obama assinou um acordo bilateral para metas climáticas no ano passado. Em 2015, o presidente chegou a um compromisso de natureza semelhante com o Brasil.