Avanço de Estado Islâmico complica estratégia dos EUA

A tomada de Ramadi pelo Estado Islâmico (EI), no dia 17, coloca em dúvida a estratégia dos EUA contra o grupo no Iraque. Como a cidade fica a 70 Km de Bagdá, sua captura representa grande derrota para o governo iraquiano. A investida também fragiliza a autoridade do regime de Haider al-Abadi e pode mudar os rumos do conflito. Lideranças no governo iraquiano vinham pressionando o primeiro-ministro al-Abaidi a pedir a ajuda de milícias xiitas. Al-Abadi evitava tomar essa atitude para não fortalecer facções xiitas ligadas ao Irã, inclusive dentro do próprio governo, e para não contrariar os EUA. O primeiro-ministro foi empossado no ano passado com apoio da Casa Branca, que culpava seu antecessor pelo isolamento político e militar das minorias curdas e sunitas. Washington acredita que a distribuição desigual de poder fortaleceu a causa do EI, grupo radical que se estabeleceu nas áreas sunitas do Iraque e da Síria. Desde que o combate ao grupo começou, o Pentágono tem atuado com bombardeios aéreos e treinamento das forças iraquianas. Apesar da pressão de alguns congressistas e militares nos EUA, o presidente Barack Obama resiste a usar tropas terrestres próprias. Com o EI às portas de Bagdá, tudo indica que os governos dos EUA e do Iraque terão que aceitar o apoio das milícias xiitas. Segundo a mídia internacional, milicianos já teriam se reunido na província sunita de Anbar para um contra-ataque imediato em Ramadi. A entrada das forças xiitas no conflito pode fragmentar ainda mais o Iraque e favorecer a influência do Irã, contrariando os planos dos EUA.

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