O Senado confirmou, no dia 23, a nomeação de Loretta Lynch como a nova procuradora-geral dos EUA. A votação ocorreu após longa espera: o presidente Barack Obama havia nomeado Lynch em novembro, mas a recém eleita maioria republicana no Senado recusava-se a confirmar seu nome. Republicanos faziam oposição à nomeação pelo fato de Lynch apoiar as medidas executivas de Obama que evitaram a deportação de 5 milhões de imigrantes não documentados. O partido considera tais medidas inconstitucionais e as questiona judicialmente. A nomeação foi confirmada por 56 votos a favor e 43 contra. Dez senadores republicanos votaram pela confirmação, incluindo o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (R-KY), e senadores que concorrem à reeleição no próximo ano em estados de maioria democrata. O pré-candidato à presidência Ted Cruz (R-TX), um dos opositores mais ferrenhos de Lynch, foi o único senador ausente na votação. Lynch será a primeira mulher negra a assumir a liderança do Departamento de Justiça. Com pouco mais de 18 meses para o fim do mandato de Obama, ela terá uma agenda marcada pelos recentes abusos policiais no tratamento de minorias raciais nos EUA. A nova procurada-geral também declarou que fortalecerá a capacidade do Departamento nas áreas de cibersegurança e no combate ao tráfico de pessoas. Aos republicanos resta como consolação a saída de Eric Holder do cargo. O ex procurador-geral foi muito criticado por adotar uma postura politizada em relação ao direito de minorias e chegou a ser declarado em desacato ao Congresso por não entregar documentos confidenciais de uma investigação sobre operações de cartéis mexicanos.