Elo de Hillary Clinton com extração de xisto é questionado
Um grupo com mais de cem organizações e indivíduos contrários à técnica de fratura hidráulica convidou Hillary Clinton a aderir ao movimento. A ideia foi expressa em carta à Fundação Clinton, no dia 10, pouco antes do anúncio da candidatura à presidência pela democrata. A preocupação é que Hillary volte a estimular o uso da tecnologia para extração de recursos de xisto, caso eleita em 2016. A carta ressalta a proibição da tecnologia em Nova Iorque, estado pelo qual Hillary foi senadora entre 2001 e 2009, e as evidências científicas sobre os graves desastres ambientais associados ao procedimento. Terremotos e contaminação da água são dois dos muitos efeitos ambientais associados. O grupo manifestou decepção com a postura de Hillary, que incentivou a adoção da técnica no exterior enquanto comandou o Departamento de Estado no governo Obama. Segundo documentos diplomáticos obtidos pela revista Mother Jones, a ex-secretária fez lobby para convencer governos e opinião pública no exterior sobre os benefícios dos recursos de xisto, cuja exploração é impossível sem a fratura hidráulica. Dois de seus assessores atuaram ativamente em países europeus, asiáticos e latino-americanos: o enviado especial para energia na Eurásia, Richard Morgenstern, e o enviado especial para assuntos internacionais de energia, David Goldwyn. O trabalho de Goldwyn levou à criação da Global Shale Gas Initiative e do Escritório de Recursos Energéticos. Petrolíferas dos EUA ganharam concessões para explorar xisto em países como Polônia, Argentina e China no mandato de Hillary. O fato municia as críticas sobre doações do setor petrolífero, inclusive de empresas estrangeiras, para fundações ligadas à família Clinton.