Investida saudita no Iêmen tem apoio militar dos EUA
A ação militar da Arábia Saudita no Iêmen receberá reforço bélico dos EUA em breve. A informação foi dada ao The Wall Street Journal por fontes em Washington. No dia 25, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita passou a controlar o espaço aéreo iemenita. O objetivo é combater o grupo xiita Houthi e reconduzir ao poder o presidente Abed Hadi, que se refugiou em Riad no mesmo dia. O sucesso da investida, no entanto, depende de ajuda militar dos EUA. Aviões para reabastecimento aéreo, bombas e serviço de inteligência são as opções consideradas. O Pentágono, que há anos atua no Iêmen sob o argumento de combater o terrorismo, também deverá participar na coordenação das operações. O Iêmen tem importância geopolítica por suas fronteiras com a Arábia Saudita e o Estreito de Bab el-Mandeb, por onde são transportados 3,4 milhões de barris de petróleo por dia. Mas o interesse saudita no Iêmen não se resume ao petróleo, sendo também uma disputa de poder regional com o Irã. O governo iemenita deposto é sunita, como o saudita, e acusa o Irã de estar por trás do Houthi e de outros grupos. Considerando os atores envolvidos e o contexto regional atual, a situação no Iêmen é mais um desafio externo para o governo Obama. A Arábia Saudita é um grande aliado político e econômico, e um dos maiores compradores de armas e serviços militares dos EUA. Mas as relações entre os dois países estão abaladas, principalmente devido à reaproximação entre Washington e Teerã. Por sua vez, os EUA não podem mais manter uma política de confronto com o Irã sem comprometer soluções para os conflitos na Síria e no Iraque, e a conclusão das negociações sobre o programa nuclear iraniano.