O Departamento de Trabalho divulgou o relatório mensal sobre emprego nos EUA, no último dia 6. Os dados surpreenderam: o mês de fevereiro teve a criação de 295 mil novos postos de trabalho, reduzindo a taxa de desemprego para 5,5%. Os números são expressivos, já que a média de criação de empregos nos últimos 12 meses era de 266 mil postos. Os novos índices mostram aceleração ainda maior: desde dezembro, a média mensal foi de 288 mil empregos. O setor de serviços de alimentação teve a maior alta do mês, acompanhado das áreas de construção civil, saúde, transportes e armazenagem. O número total de desempregados no país chegou a 8,7 milhões em fevereiro. Isso representa uma queda de 1,2%, ou 1,7 milhão de pessoas, nos últimos 12 meses. No entanto, a quantidade de desempregados de longo prazo, pessoas sem trabalho há mais de 27 semanas, permaneceu inalterado em 2,7 milhões, ou 31% dos desempregados. Economistas ainda não têm uma leitura clara da situação. Outros indicadores contradizem as perspectivas dos números: o gasto no setor de construção civil permanece baixo, o nível dos salários não tem aumentado, as vendas do setor automotivo, imobiliário e a produção industrial permanecem baixas, e as exportações devem ser atingidas por crises externas e valorização do dólar. O Fed também encontra-se em situação delicada. Dados apontam para uma situação de pleno emprego, mas os índices de inflação ainda estão abaixo da meta de 2%. É esperado que o Banco Central comece a aumentar os juros básicos da economia nos próximos meses. Mas se as medidas forem apressadas, há risco de estrangulamento do crescimento da economia. A reunião do conselho do Fed acontece em 17 e 18 de março.