Setor petrolífero anuncia demissões e corte de investimento
A queda radical no preço do petróleo custará milhares de postos de trabalho nos EUA em 2015. Somente no Texas, o estado com a maior produção, a estimativa do Federal Reserve de Dallas é a de que 140 mil empregos sejam perdidos. Em Dakota do Norte, o banco Goldman Sachs prevê a perda de outras 70 mil vagas. Os números mostram um cenário preocupante para a indústria petrolífera. Desde o começo da diminuição dos preços do petróleo, em junho do ano passado, bilhões de dólares deixaram de ser investidos no setor. A Schlumberger, maior prestadora mundial de serviços em petróleo e gás, anunciou que pretende demitir cerca de 9 mil funcionários, dois mil a mais do que uma de suas concorrentes. Esses são apenas alguns exemplos de redução de quadros em empresas do segmento, que emprega aproximadamente 1,9 milhão de trabalhadores diretos nos EUA. Os planos de demissões acompanham a diminuição na quantidade de plataformas em exploração; a operadora Baker Hughes, por exemplo, comunicou o encerramento de atividades em 7% de suas plataformas na última semana. As notícias já começam a frear a tendência deflacionária, com o barril nos EUA chegando a alcançar US$ 53 no dia 30, uma alta de 8,3% após semanas de queda ininterrupta. A situação não chega a surpreender, uma vez que a extração lucrativa de petróleo e gás de xisto exige um preço mínimo em torno de US$ 75. A crise na indústria nos EUA era dada como certa entre analistas especializados, ao contrário das mensagens quase sempre otimistas divulgadas pelo governo e pela grande imprensa do país.