Comitê do Senado relata prática de tortura pela CIA
O Comitê de Inteligência do Senado divulgou, no dia 8, um relatório sobre torturas praticadas pela CIA a partir de 2001. Elaborado nos últimos 5 anos com base em quase 7 mil documentos da própria agência, o estudo mostra o uso de técnicas ilegais e desumanas para interrogação de suspeitos de terrorismo. Os procedimentos incluíam simulação de afogamento, confinamento em espaços pequenos, privação de sono, ameaça de morte, entre outros. Médicos da CIA também teriam aprovado alimentação e hidratação retais, técnicas consideradas eficientes no controle comportamental dos prisioneiros. As torturas ocorriam em instalações no exterior e na prisão de Guantánamo. O relatório diz que o governo soube das práticas somente depois de 2003 e que muitas informações foram omitidas, como o número de presos em poder da agência. O ex-presidente George W. Bush, no entanto, admitiu em seu livro de memórias ter autorizado o programa de interrogação em 2002. O documento estava pronto há meses, mas sua divulgação foi dificultada por autoridades como a presidente do comitê, Dianne Feinstein (D-CA), o secretário de Estado John Kerry e o chefe de gabinete da Casa Branca, Denis McDonough. Feinstein teria mudado de ideia após a revelação, em julho, de que a agência invadiu computadores do Senado. O presidente Barack Obama disse que a tortura contraria os valores do país, razão pela qual teria interrompido o programa em 2009. O atual diretor da CIA, John Brennan, reconheceu que alguns erros foram cometidos, mas discordou do relatório sobre a ineficácia das técnicas na prevenção de terrorismo.