Lançamento de livro: O Direito de voto, por Alexander Keyssar
O OPEU tem o prazer de anunciar o lançamento de O Direito de voto: A controversa história da democracia nos Estados Unidos, do professor Alexander Keyssar, da Universidade de Harvard.
A publicação é uma iniciativa do INCT-INEU, em conjunto com a Editora UNESP.
O Direito de voto: A controversa história da democracia nos Estados Unidos
Prof. Alexander Keyssar
Editora Unesp
618 páginas
ISBN13: 9788539305735
Sinopse:
Por que os donos do poder político passam a compartilhar esse poder com os outros, milhões de outros, na história moderna, por meio da ampliação do direito de voto? Como isto aconteceu nos Estados Unidos? Por que, no país, esse direito expandiu-se em certas épocas e certos lugares, enquanto se restringiu em outros? Qual é o papel das guerras na ampliação do direito de votar? Estas são algumas das questões que Alexander Keyssar busca responder neste livro, uma crônica da história do direito ao voto nos Estados Unidos do fim do século 18 aos anos 2000.
Registro da evolução das leis que definiram e circunscreveram o eleitorado americano, a obra faz uma narrativa minuciosa acerca dos diferentes modos pelos quais as mulheres, os afro-americanos, os trabalhadores da indústria, os imigrantes e muitos outros grupos adquiriram e, às vezes, perderam o direito de voto. E mostra que as questões que permeiam esse direito caminham juntas às indagações sobre as origens da democracia e os obstáculos ou ameaças à existência desse regime: “A evolução da democracia, assim como a do direito de voto, raramente seguiu um caminho reto e sempre foi acompanhada de profundas contracorrentes antidemocráticas”, escreve Keyssar. “A história do sufrágio nos Estados Unidos é uma história de expansão e contração, de inclusão e exclusão”.
No caso da expansão do sufrágio nos Estados Unidos, o autor mostra que ela foi lenta, e gerada por diversas forças e fatores chave, alguns dos quais celebrados há muito tempo por estudiosos e jornalistas, como a dinâmica de acordos fronteiriços, a emergência de partidos políticos concorrentes, o crescimento das cidades e da indústria, o florescimento dos ideais e convicções democráticas e a campanha efetiva de mobilização por parte dos próprios grupos sem direito ao voto.
As principais expansões do sufrágio na história americana, no entanto, aconteceram durante ou como consequência de guerras. Os exércitos deviam ser recrutados quase sempre das chamadas classes inferiores da sociedade, mas não se podia obrigá-las a pegar em armas enquanto lhes era negado o direito ao voto. Ao lado disso, guerras demandavam mobilizar o apoio popular, ou seja, tornar politicamente influente qualquer grupo social excluído do sistema político.
Os Estados Unidos chegaram aos anos 1960, quando a maioria dos afro-americanos não podia votar no Sul,com grandes restrições ao direito de voto. Até 1920 as mulheres eram impedidas de votar na maior parte das jurisdições. E, por muitos anos, os imigrantes asiáticos foram privados do direito de voto porque não podiam tornar-se cidadãos, ao mesmo tempo que mesmo entre nativos americanos era muito mais frequente a ausência do que a existência desse direito. “Apesar de seu papel pioneiro na promoção dos valores democráticos, os Estados Unidos foram um dos últimos países no mundo desenvolvido atingir o sufrágio universal”, escreve Keyssar.