Acordo entre Irã e Rússia desafia sanções ocidentais
Irã e Rússia assinaram, no dia 5, um memorando de entendimento com duração de 5 anos para cooperação econômica. Entre outros itens, o arranjo de US$ 20 bilhões inclui contratos para comércio de petróleo, e cooperação em infraestrutura para geração e distribuição de energia elétrica. O tópico de maior peso é a compra de aproximadamente 3 milhões de toneladas de petróleo iraniano por ano pela Rússia. Estimada em US$ 2,35 bilhões, a transação estabelece um valor por barril inferior ao Brent, padrão europeu usado para precificar petróleo no mercado global. Considerando as sanções impostas pelo Ocidente ao Irã, a maior dificuldade será transportar o produto até o território russo. Membro do P5 +1, grupo de países que negocia uma solução para o programa nuclear iraniano, a Rússia vinha evitando negociar com o Irã para não ser penalizada por descumprir o embargo internacional ao país persa. O Kremlin mudou de ideia depois que empresas e indivíduos russos passaram a ser alvos diretos de sanções ocidentais por conta da crise na Ucrânia. Outra motivação é o relaxamento de parte das sanções contra o Irã, o que vem despertando o interesse de multinacionais ocidentais e empresas estatais nos países emergentes pelo mercado iraniano. A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, Caitlin Hayden, mostrou séria preocupação com o acordo, que considera uma violação dos termos para negociação do programa nuclear iraniano. Um impasse entre Rússia e EUA sobre essas regras provavelmente inviabilizaria uma solução para o programa nuclear nos próximos meses, como esperam as partes envolvidas.