Petróleo curdo é motivo de disputa judicial nos EUA
O governo do Iraque e as autoridades regionais curdas continuam na disputa pelo direito de comercializar o petróleo iraquiano no mercado global. O último episódio da questão aconteceu nos EUA, no dia 29, quando a juíza Nancy Johnson voltou atrás na decisão de apreender a carga de um navio ancorado no litoral do Texas. O petroleiro United Kalavrta, de bandeira das Ilhas Marshall, carrega petróleo curdo e tem como destino refinarias nos EUA. Na véspera, a magistrada decidira a favor de uma ação impetrada pelo governo iraquiano contra o descarregamento nos EUA. A ordem teve que ser revogada porque o navio estava fora da área de jurisdição, mas advogados de ambas partes prometem continuar a batalha legal nos EUA. Avaliada em US$ 100 milhões, a carga de 1 bilhão de barris de petróleo foi transportada da região do Curdistão para a Turquia por um gasoduto, embarcando no porto turco de Ceyhan. Nos últimos anos, o Governo Regional do Curdistão assumiu o controle da produção e do comércio do petróleo extraído em Kirkuk, que possui as maiores reservas do país. Quando as autoridades curdas começaram a negociar o produto no mercado internacional, o governo iraquiano passou a pressionar países compradores a impedir o descarregamento em portos estrangeiros. O governo turco apoia os curdos, mas os EUA defendem a autoridade do governo central iraquiano sobre o comércio do petróleo. Segundo analistas, dentro do próprio governo dos EUA há quem defenda um novo posicionamento sobre a questão. O agravamento das relações entre o governo curdo e o regime xiita em Bagdá seria negativo no atual cenário de instabilidade no Iraque, onde a unidade nacional vem sendo questionada pela ação de grupos sunitas radiciais.