As regras para emissões de CO2 em usinas, divulgadas pelo governo no dia 2, podem ser determinantes para o período final do mandato do presidente Barack Obama. A decisão de implementar essa medida polêmica, faltando 5 meses para as eleições de novembro, é vista como arriscada. Isso porque a manutenção do controle do Senado pelo Partido Democrata depende, em grande parte, da reeleição de seus candidatos em estados conservadores onde as regras de emissões serão decisivas. As novas medidas poderão custar algumas cadeiras no Senado, deixando o governo democrata em posição ainda mais complicada nos dois últimos anos de governo. A mudança no panorama político pode afetar até a implementação das regras para as usinas. Alguns estados e políticos já ameaçam contestar as medidas judicialmente e no próprio Congresso. Eventuais tentativas nesse sentido não devem avançar enquanto os democratas controlarem o Senado, mas poderão ter outro rumo dependendo do resultado das eleições. Segundo analistas, Obama aposta que os impactos das disputas em estados conservadores serão limitados. Como o comparecimento às urnas é geralmente menor nas eleições de meio de mandato, assegurar o apoio de bases do Partido Democrata pode ser mais importante do que evitar a perda de votos nas regiões mais afetadas pelas regras. Até agora muito criticado por certa inação na questão ambiental, Obama acredita que as normas incrementarão o apoio de jovens e ambientalistas. Atrairão também o suporte de importantes doadores ligados à causa, como o bilionário californiano Tom Steyer, considerado um aliado empresarial importante.