Visita de Merkel termina sem acordo de não espionagem
Alemanha e EUA não chegaram a acordo em uma suposta negociação sobre compartilhamento de informações de inteligência, que também incluiria uma garantia de não espionagem entre os países. Segundo a mídia alemã, um arranjo vinha sendo negociado antes da visita da chanceler Angela Merkel a Washington, no dia 2. Após reunir-se com o presidente Barack Obama, Merkel declarou que existem muitas divergências em relação à questão. Obama negou que seu país tenha cogitado negociar com a Alemanha um compromisso que não possui com nenhum outro país. Segundo a conselheira de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, nem os Five Eyes têm compromisso bilateral desse tipo. Rice referiu-se a EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, países que mantêm acordos de pleno compartilhamento de dados de espionagem. Esta foi a primeira viagem de Merkel aos EUA desde a revelação, em outubro de 2013, de que a Agência de Segurança Nacional espionou comunicações na Alemanha. O próprio celular da chanceler foi grampeado por cerca dez anos, o que criou grande mal estar entre os dois países. O assunto, que os EUA tentam minimizar desde a sua divulgação, continua gerando reações negativas na Alemanha. Quando o escândalo veio a público, Obama garantiu que Merkel não seria mais espionada. No entanto, nada foi dito sobre o fim da vigilância a outros políticos alemães nem sobre desmontar uma central de escuta na embaixada em Berlim. Apesar do impasse, Obama e Merkel procuraram mostrar convergência quanto a endurecer sanções contra a Rússia. Considerando a proximidade política e comercial entre Berlim e Moscou, a crise na Ucrânia é mais um teste para a aliança entre EUA e Alemanha.