Visita de diretor da CIA a Kiev levanta suspeitas na Rússia

A Casa Branca confirmou que o diretor da CIA, John Brennan, esteve em Kiev nos dias 12 e 13. A declaração confirma as primeiras notícias divulgadas na Rússia no dia 14. Para a mídia russa, o diretor conduz uma operação da agência contra os dissidentes no leste ucraniano. Todd Ebitz, porta-voz da CIA, negou a acusação e disse que, como qualquer integrante do governo dos EUA, Brennan trabalha por uma solução diplomática para a crise. A razão da viagem, no entanto, pode ir além do que diz a Casa Branca. A CIA vem sendo acusada por congressistas de ter falhado em detectar a movimentação russa que levou à anexação da Crimeia. Os políticos cobram mais acesso aos dados de inteligência coletados, mas a CIA tem sido cautelosa em compartilhar as informações por acreditar que os russos estejam monitorando boa parte da comunicação na Ucrânia. Sob esse aspecto,  a visita de Brennan teria como objetivo melhorar a estratégia de vigilância no país. Funcionários do Congresso em Washington ligam o envolvimento do diretor à demanda do governo ucraniano por suporte militar. Kiev teria solicitado aos EUA veículos blindados, armas de pequeno porte e apoio de inteligência. Segundo Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil e um dos atuais conselheiros do secretário de Estado John Kerry, o pedido vem sendo considerado pelo presidente Barack Obama como possível complemento à ajuda econômica. Recentemente, a Rússia também acusou os EUA de infiltrar funcionários da empresa de segurança Greystone entre as forças ucranianas. A Greystone é derivada da antiga Blackwater, que atuou como terceirizada do Pentágono no Iraque e no Afeganistão.

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