Incertezas marcam retomada da conversa entre Irã e P5+1
As negociações entre Irã e P5+1, grupo formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha, serão reiniciadas no dia 8, em Viena. O objetivo é alcançar um acordo definitivo sobre o programa nuclear iraniano. No entanto, as discussões estão ameaçadas por dificuldades não previstas. Em novembro de 2013, os negociadores acordaram que as sanções ocidentais contra o Irã seriam parcialmente suspensas em troca da interrupção no avanço do programa nuclear. O acerto inclui o descongelamento de US$ 4,2 bilhões em ativos iranianos. Apesar do compromisso, o Irã continua sem acesso a maior parte desses recursos porque os bancos internacionais receiam violar as sanções. Como o recebimento é condição vital do acordo, as potências temem que o Irã retome o desenvolvimento nuclear. Sem o descongelamento dos ativos seria muito difícil para o presidente iraniano Hassan Rouhani manter o compromisso diante da opinião pública e de forças conservadores em seu país. Para evitar um possível retrocesso nas negociações, EUA e aliados vêm ajudando às instituições financeiras a sanar dúvidas sobre as transações permitidas. Outro risco para a continuidade das negociações são rumores de que Rússia e Irã selaram um acordo de US$ 20 bilhões, envolvendo escambo de petróleo iraniano por produtos agrícolas e manufaturados russos. Segundo especulações de mercado, os russos vão comprar 500 mil barris de petróleo por dia do Irã, aumentando em cerca de 25% o atual volume exportado pelo país. Caso se confirme, o arranjo com a Rússia diminuiria o impacto das sanções e enfraqueceria a posição negociadora do Ocidente.