Incentivo público tenta reanimar setor nuclear
O Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês) anunciou a concessão de US$ 6,5 bilhões em garantias de empréstimos para a construção de dois reatores nucleares no país. O incentivo será concedido à usina de Vogtle, no estado da Geórgia. Com custo estimado de US$15,5 bilhões e previsão de inauguração entre 2017 e 2018, a instalação produzirá energia para abastecer 1,5 milhão de residências. O benefício vem sendo negociado desde 2010 como parte de uma tentativa do governo para estimular empreendimentos no setor, que não vê uma usina ser construída há 30 anos. Desde 2005, foram destinados US$ 50 bilhões em garantias de empréstimos para projetos nucleares, mas fatores conjunturais dificultaram os planos. Um problema doméstico foi o caso da Solyndra, fabricante de painéis solares. Apesar de ser beneficiária de incentivos do DOE, a empresa abriu falência, gerando críticas dos republicanos. Já o acidente na usina japonesa de Fukushima, em 2011, reavivou a preocupação com segurança. Além disso, os preços baixos de eletricidade e gás natural reduziram a competitividade do setor, desestimulando a construção de novas plantas e colocando em questão as usinas já existentes. No último ano, 4 instalações encerraram suas atividades e outros fechamentos estão programados para 2014. A troca relativamente recente de comando no DOE contribuiu para uma mudança de visão. O atual secretário Ernest Moniz defende o uso de diferentes fontes de energia para o alcance da independência energética do país. O revigoramento do segmento nuclear, no entanto, só agrava um problema complexo: a falta de depósito permanente para o lixo tóxico.