EUA responsabilizam governo ucraniano pela violência
O presidente Barack Obama condenou, no dia 19, a violência na Ucrânia e recomendou que o governo ucraniano não ultrapasse limites que possam levar a consequências. Sem especificar que tipo de problema Kiev enfrentaria, o presidente disse apenas que os EUA não hesitarão em aplicar sanções. A administração Obama planeja suspender o visto de 20 funcionários do governo ucraniano, mas a intensificação das penalidades ainda depende de entendimento com os europeus. Mesmo reconhecendo que atos violentos também partem dos manifestantes ucranianos, que são incitados pela extrema-direita a sair armados às ruas, o vice-presidente Joe Biden atribuiu às forças oficiais maior parcela de responsabilidade pela crise. Autoridades em Moscou e Kiev acusam o Ocidente de incentivar os opositores a derrubar o regime de Viktor Yanukovich. A diplomata do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse recentemente que os EUA já gastaram US$ 5 bilhões para promover a democracia na Ucrânia. O país, que é a principal via de transporte de energia entre Ásia e Europa, entrou em ebulição depois que Yanukovich se recusou a assinar o Acordo de Associação com a União Europeia. Para o representante progressista, Dennis Kucinich (D-OH), o acordo seria apenas um “cavalo de Tróia”. O real objetivo dos EUA e da União Europeia seria conseguir a adesão da Ucrânia à OTAN e estender as fronteiras estratégicas do Ocidente. Nos últimos três anos, os EUA retomaram os exercícios militares na Crimeia. Essa região autônoma da Ucrânia fica a menos de 100km da base russa de Sebastopol, no Mar Negro. A Rússia tem concessão da Ucrânia para ocupar a base até 2017.