O secretário de Estado John Kerry acusou a Rússia e o Irã, no dia 17, de impedir os esforços para a paz na Síria. Dois dias depois do fim do encontro de Genebra 2, Kerry afirmou que a ajuda militar desses países à Síria incentiva o regime de Bashar al-Assad a continuar o combate armado e evitar uma solução diplomática.O secretário disse que, nas últimas reuniões, representantes do governo sírio se recusaram a discutir uma transição política. Estabelecer um regime provisório foi uma das condições acertadas entre as partes na negociação anterior, que ficou conhecida como Genebra 1. Segundo um funcionário não identificado da Casa Branca, a Rússia faz uma espécie de jogo duplo. Apoia oficialmente um governo de transição, mas abastece as forças sírias com armamentos. Para alguns especialistas, um dos objetivos de Assad é concorrer às eleições presidenciais de 2014. Assad, que herdou o governo do pai em 2000 e foi reeleito sete anos depois, diz ter a opinião pública a seu favor. De acordo com o embaixador iraniano no Líbano, Ghazanfar Roknabadi, a popularidade do presidente sírio é uma preocupação para os EUA. Roknabadi diz que o governo iraniano vem sendo pressionado a convencer Assad a desistir de concorrer no pleito. A pressão teria partido de Jeffrey Feltman, vice-secretário geral da ONU para Assuntos Políticos. Feltman foi secretário-assistente de Estado dos EUA para o Oriente Médio entre 2009 e 2012, e embaixador no Líbano de 2004 a 2008. De acordo com um relatório da OTAN, divulgado em julho do ano passado, 70% da população síria apoiam Assad, enquanto apenas 10% são a favor da oposição.