Os EUA desaprovaram o convite da ONU para o Irã integrar as próximas conversações de paz sobre a Síria. Negociadores de vários países vão se reunir na Suíça para a conferência conhecida como Genebra-2, que tem início no dia 22 de janeiro. O Irã foi um dos países convidados a estar na cerimônia de abertura em Montreux, enquanto as reuniões mais importantes ocorrerão na cidade de Genebra. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ter feito o convite após conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, que teria garantido cooperar com as diretrizes da reunião. Mas a Casa Branca, que se mostrou surpresa com o gesto do secretário, alega que o Irã não atende aos requisitos para participar do encontro. O Departamento de Estado afirma que Teerã precisa anunciar publicamente sua concordância com os termos acertados na conferência de 2012. Na época, o acordo propôs a criação de um governo sírio de transição com plenos poderes executivos e a interrupção da violência pelas partes em conflito. Os EUA também querem que o Irã pressione o regime sírio a cessar os bombardeios e a permitir o envio de ajuda humanitária. Washington condena o apoio iraniano a al-Assad, principalmente o suposto envio de armas. A Coalizão Nacional Síria, que é o principal grupo de oposição, ameaça não tomar parte das discussões caso o Irã participe do evento inaugural. Analistas acham que a polêmica em torno do Irã é só mais um obstáculo a uma negociação que começa fracassada, uma vez que al-Assad já afirmou que não pretende renunciar.