Reforma da imigração deve ficar para 2014
O duro embate das últimas semanas entre republicanos e democratas aumentou a desconfiança partidária mútua e reduziu as chances de que a reforma imigratória seja votada ainda em 2013. As lideranças republicanas na Câmara, o líder da maioria Eric Cantor (R-VA) e o porta-voz John Boehner (R-OH), já manifestaram disposição de aprovar partes separadas do projeto na Casa, mas não um texto fechado, como a versão do Senado. Esta divisão da reforma em pequenas partes parece ter chances remotas de angariar apoio democrata. Também é improvável que o tema mobilize correligionários republicanos. Para o senador Marco Rubio (R-FL), um dos proponentes do projeto do Senado, o governo Obama minou as negociações bipartidárias ao insistir na manutenção da reforma da saúde. Aprovar a reforma imigratória em um Congresso profundamente dividido pode ser bastante difícil em 2014, quando acontecem eleições parlamentares de meio de mandato. Por esse motivo, há forte preferência das organizações pró-reforma por uma ação parlamentar antes do fim do ano, como explicou o fundador e diretor-executivo da America’s Voice (AV), Frank Sharry. Segundo ele, os republicanos que impedirem o avanço do projeto de lei serão punidos nas urnas. De acordo com Sharry, a AV trabalhará para influenciar as eleições gerais no Colorado, Califórnia, Nevada, Flórida, Texas e Illinois, estados com significativa comunidade latina. Na próxima semana, grupos conservadores pró-reforma levarão mais de 400 líderes empresariais, religiosos e da sociedade civil a Washington para aumentar a pressão sobre os republicanos.