Governo Obama considera descongelar ativos do Irã
A Casa Branca considera descongelar bilhões de dólares em ativos do Irã nos EUA, segundo informação do jornal The New York Times, no dia 18. O objetivo seria dar a primeira prova de boa intenção nas negociações sobre o programa nuclear iraniano. Para a administração Obama, a medida aliviaria a crise econômica no Irã sem contrariar totalmente os que se opõem à suspensão prematura das principais sanções. Aliados árabes, Israel, lobbies judaicos e congressistas pressionam a Casa Branca a condicionar o fim de sanções a ações concretas do Irã. A proposta de descongelar os ativos teria sido formulada por Mark Dubowitz, diretor do think tank Foundation for Defense Democracies e crítico da política iraniana. Dubowitz acha que a medida daria flexibilidade nas discussões sem que o governo dos EUA abrisse mão imediatamente das sanções, cuja eventual retomada posterior seria difícil. A ideia não foi bem recebida no Congresso. Um grupo de 6 republicanos e 4 democratas enviou uma carta ao presidente, no dia 13, incitando Barack Obama a firmar um acordo incisivo. Washington não adotaria novas sanções desde que o Irã concordasse em interromper o programa nuclear. A eliminação total das sanções vigentes só ocorreria quando Teerã comprovasse o fim das atividades consideradas ilícitas pelo Ocidente. Os congressistas esperam votar uma nova rodada de penalidades em breve, retirando inclusive a atual prerrogativa presidencial de não aplicar as penas. O governo acha que endurecer a posição agora provocaria o recuo diplomático do Irã. Para analistas, o descongelamento de bens não seria suficiente para estimular o Irã a ceder.