Disponibilidade de lítio para usinas nucleares é incerta
O setor nuclear dos EUA sofre com a baixa disponibilidade de lítio, componente essencial para o funcionamento seguro de mais da metade dos reatores do país. Os dados foram divulgados pelo Government Accountability Office (GAO), no dia 9. A dificuldade ameaça 65 dos 100 reatores responsáveis pela geração de 13% da eletricidade. O lítio-7 é obtido no processo de separação do lítio-6, componente usado na fabricação de bomba de hidrogênio. O maquinário é remanescente da Guerra Fria, mas os EUA desmontaram quase todos os seus equipamentos em 1963. Estoques altos e preocupação com impacto ambientais e segurança motivaram o desmonte. Desde então, o país tem importado o produto de China e Rússia. O Departamento de Energia garante que esses países têm estoque suficiente. Para o GAO, que é um órgão de supervisão do Congresso, o governo superestima a disponibilidade chinesa e russa, e minimiza a demanda doméstica. Como a obtenção do lítio-7 está relacionada à produção de armas nucleares, há pouca informação sobre a situação real das reservas. Segundo a análise, companhias nos EUA já teriam registrado problemas com importações. Além disso, o plano da China de construir mais de 25 usinas nucleares pode comprometer sua capacidade de exportação. Para reduzir a dependência externa, os EUA precisariam retomar a produção nacional. A recuperação custaria em torno de US$ 12 bilhões e levaria até 5 anos. O problema é mais um entrave ao setor nuclear no país, que sofre com a concorrência do gás natural, e os elevados custos de segurança e manutenção.