Aproximação Irã-EUA enfrenta pressões domésticas e externas

Os presidentes Barack Obama e Hassan Rouhani conversaram ao telefone, no dia 28, no primeiro contato presidencial entre Irã e EUA desde 1979. Dois dias antes, o secretário de Estado John Kerry esteve na ONU com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif. Na reunião, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China propuseram estabelecer um programa de inspeção, verificação e restrição do complexo nuclear iraniano. Detalhes práticos serão decididos no encontro que acontecerá em Genebra em outubro. A expectativa é concluir e implementar um acordo até meados de 2014. Zarif disse ser grande a chance de um arranjo se Washington encerrar as sanções contra seu país. Já a Casa Branca considera suspender sanções caso o Irã dê provas concretas de cooperação. Pressões domésticas em ambos os lados e de outros países podem dificultar o diálogo. O Congresso dos EUA, por exemplo, considera aprovar novas sanções e tirar do presidente a autonomia para decidir sobre isenções. Israel, por sua vez, teme que o Irã ganhe tempo de completar o processo de enriquecimento de urânio para fins bélicos. O tema foi central no encontro em Washington, no dia 30, entre Obama e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Manifestantes iranianos hostilizaram Rouhani no seu retorno ao Irã, no dia 28, revelando a sensibilidade da questão para a opinião pública. Em contrapartida, pesquisas indicam que três quartos da população dos EUA aprovam um acerto com o Irã. A aproximação também é vista com desconfiança por aliados dos EUA no Oriente Médio, principalmente pelas monarquias sunitas que antagonizam o governo xiita iraniano.

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