Impasse no Congresso agrava risco de paralisação do governo
A Câmara aprovou na manhã de domingo, dia 29, emendas à proposta de lei do Senado para o financiamento do governo. A votação estendeu os fundos até 15 de dezembro e vinculou a medida ao adiamento por um ano da implantação do Obamacare. Outra mudança foi a rejeição ao imposto de 2.3% sobre a venda de equipamentos médicos, uma forma encontrada pela administração para ajudar a financiar a reforma da saúde. O texto emendado foi reenviado ao Senado, que tem agora menos de 48 horas para decidir antes que o governo seja paralisado por falta de verbas. Os recursos atuais se encerram em 30 de setembro. Caso não haja acordo no Legislativo, o governo ficará inadimplente a partir de 1o. de outubro, deixando de pagar inclusive o salário de dezenas de milhares de funcionários públicos. Antes mesmo da votação na Câmara, o líder da maioria no Senado, Harry Reid (D-NV) já havia declarado que não aceitaria as emendas planejadas pelos representantes republicanos. Reid disse que vai eliminar as partes que prejudicam o Obamacare, devendo devolver o texto à Câmara na tarde de segunda-feira, dia 30. Diante da pressão de lideranças conservadoras no Partido Republicano, como membros do Tea Party, dificilmente o impasse será solucionado a tempo. Nesse caso, ocorrerá a primeira paralisação nos últimos 17 anos, um fato que pode ter efeitos eleitorais imprevisíveis. Segundo pesquisa feita por CBS/New York Times, a responsabilidade pela eventual paralisação será atribuída aos republicanos por 44% dos entrevistados, enquanto 35% devem culpar os democratas e outros 16% responsabilizar ambos os partidos.