Paquistão volta a desafiar EUA em plano de gasoduto com Irã
O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, afirmou que vai dar continuidade ao projeto de construção de um gasoduto com o Irã, apesar de pressões contrárias dos EUA. Em entrevista ao The Wall Street Journal, no dia 25, Sharif disse que pretende levar o plano adiante, a menos que os EUA apresentem alternativa viável. Outra condição seria que Washington ajude no pagamento de multas decorrentes da eventual quebra de contrato com o Irã. Em março, Islamabad e Teerã assinaram um contrato bilionário para a obra. A parte de 1.100 km em território iraniano está quase pronta, faltando 1.000 km em solo paquistanês. O Irã já se prontificou inclusive a financiar cerca de US$ 500 milhões para este trecho, mas o Paquistão encontra dificuldade em levantar o saldo entre investidores estrangeiros. A conclusão do projeto também é incerta porque sua rota corta áreas politicamente instáveis. A edificação do gasoduto IP, que é planejado há décadas, pode levar o Paquistão a sofrer sanções do Ocidente. Os EUA reafirmaram que não pouparão o aliado das penalidades. Para Islamabad, trata-se de uma questão de segurança energética, uma vez que o país só produz metade de sua demanda de gás. Muitas regiões paquistanesas possuem apenas algumas horas diárias de eletricidade. A opção de importar gás liquefeito, sugerida pelos EUA, não se viabiliza devido à falta de infraestrutura. Outra proposta dos EUA é a adesão ao projeto de gasoduto TAPI, que ligaria Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão e Índia. O TAPI, no entanto, enfrenta barreiras ainda mais difíceis em termos de segurança, logística e custos.