Internacional

Retórica de Irã e EUA indica chance de diálogo

Irã e EUA vêm dando sinais tímidos de uma possível aproximação. No dia 18, a Casa Branca confirmou que os presidentes Barack Obama e Hassan Rouhani trocaram cartas em junho. O gesto não é inédito, uma vez que Obama já tinha se correspondido com o aiatolá Ali Khamenei, em 2009. A comunicação com Rouhani logo depois das eleições iranianas em maio, no entanto, reforça a ideia de que os EUA veem no novo líder uma chance de diálogo. Outros gestos apontam nesse sentido. Em entrevista na NBC News, no dia 18, Rouhani reafirmou que o programa nuclear do Irã é pacífico. No dia seguinte, em artigo assinado no The Washington Post, o presidente disse que seu país está pronto para facilitar as relações com o Ocidente e reabrir conversas com os EUA. Dias antes do encontro da Assembleia Geral da ONU, onde Rouhani fará sua primeira declaração diante de lideranças mundiais, Teerã anunciou a libertação de oito presos políticos. Amir Mohebbian, analista iraniano, acredita que a retórica de dissuasão é resultado das sanções ocidentais. Para os iranianos, a mais impactante delas teria sido a expulsão do país do sistema financeiro SWIFT, que viabiliza operações bancárias internacionais. O secretário de imprensa Jay Carney acha que as recentes atitudes do Irã indicam disposição para a aproximação. A opinião é partilhada com reservas pelo secretário de Estado John Kerry, para quem é preciso colocar à prova as reais intenções do país persa. Até o momento, não há indícios de que Obama e Rouhani se reúnam oficialmente em Nova Iorque, o que não impede a possibilidade de um encontro informalmente organizado.

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