Senado e Câmara divergem sobre intervenção na Síria
O Comitê de Relações Exteriores do Senado chegou a um acordo, no dia 3, sobre um projeto de resolução que autoriza uma intervenção militar na Síria. Segundo o presidente do comitê, senador Robert Menendez (D-NJ), a nova versão da Autorização para Uso da Força Militar (AUMF, na sigla em inglês) na Síria é “estreita, focada e limitada no tempo”, ao contrário da proposta do Executivo, considerada muito ampla. A resolução do Senado estipula que os EUA não enviarão tropas de combate ao território sírio e autoriza o uso da força contra o regime de Bashar al-Assad por no máximo 90 dias. Na Câmara, o apoio ao plano de Obama é frágil. O presidente da Casa, John Boehner (R-OH), e o líder da maioria republicana, Eric Cantor (R-VA), disseram que votarão a favor de uma autorização militar, mas ambos contam com a resistência de pelo menos 30 congressistas republicanos. A líder democrata, representante Nancy Pelosi (D-CA), defendeu energicamente uma ação dos EUA, que também conta com o suporte do American Israel Public Affairs Committee (AIPAC), um dos mais poderosos lobbies nos EUA. Além de criar alianças políticas inusitadas, o desenvolvimento da questão síria pode se tornar uma importante variável eleitoral e um complicador para o presidente Obama. Como revela a pesquisa nacional ABC News/Washington Post realizada entre 28/08 e 1/09, 70% dos entrevistados se opõem ao fornecimento de armas aos rebeldes sírios; 59%, a ataques militares; enquanto apenas 36% apoiam o lançamento de mísseis contra o governo Assad. No mesmo período, a enquete do Pew Research Center mostra 29% a favor de ataques aéreos dos EUA, enquanto 48% dos entrevistados rejeitam.