Documentos vazados pelo ex-funcionário da National Security Agency, Edward Snowden, mostram que os presidentes do Brasil e do México foram alvo de espionagem dos EUA em 2012. As informações foram divulgadas no dia 1, em reportagem no programa Fantástico, da TV Globo. A denúncia foi feita pelo jornalista Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro. Os documentos revelam o monitoramento da comunicação da presidente Dilma Rousseff com seus assessores, e destes com terceiros. Mensagens do então candidato à presidência do México, Enrique Peña Nieto, discutindo nomes para seu ministério também foram rastreadas. A investigação monitorou números de telefone, IPs dos computadores pessoais dos presidentes e emails. México e Brasil pediram explicações aos EUA. A presidente Dilma, no dia 2, pediu ao Itamaraty a convocação do embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias. Shannon reuniu-se na manhã do mesmo dia com o chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo. Na semana passada, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, já havia se reunido na Casa Branca com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, para discutir denúncias anteriores sobre espionagem. Cardozo disse ao jornal O Globo que se for comprovado o conteúdo dos documentos, as medidas representariam uma clara violação da soberania nacional. O ministro também afirmou que o governo brasileiro levará a questão a fóruns internacionais. Apesar das denúncias, representantes brasileiros afirmam que a visita de Estado de Dilma a Washington, agendada para outubro, não será cancelada.