Boehner recua sobre orçamento para evitar dano político
Republicanos parecem prometer uma trégua na iminente negociação sobre o orçamento 2014. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Representantes, John Boehner (R-OH), no dia 22. A liderança republicana quer evitar um confronto em setembro sobre os níveis de financiamento do governo. A disputa poderia colocar o partido como responsável pela paralisia do governo e ter consequências eleitorais. Segundo Boehner, a expectativa é aprovar rapidamente um projeto de lei orçamentário, que incorpore cortes automáticos e mantenha o governo funcionando por um período de 60 a 75 dias. Outras questões polêmicas seriam deixadas para a discussão do limite da dívida pública, em novembro ou dezembro. Líderes de ambos os partidos no Senado afirmam que a medida passa sem dificuldades na Casa. Boehner enfrenta, porém, forte resistência da ala mais conservadora do partido. O grupo insiste em vincular ao orçamento o corte de fundos para o Obamacare. Pelo menos 80 representantes republicanos defenderam a manobra em carta de autoria de Mark Meadows (R-NC) às lideranças na Câmara. Se bem sucedida, a estratégia de Boehner também vincularia o aumento do teto da dívida nos próximos meses à aprovação do presidente Barack Obama para a construção do oleoduto Keystone XL. O Bipartisan Policy Center estima que o governo esgotará sua capacidade de empréstimo entre meados de outubro e novembro. De acordo com o secretário do Tesouro, Jacob Lew, o governo já vem adotando medidas extraordinárias para administrar o limite de US$ 16,7 trilhões, atingido em maio.